Autarca da Ribeira e presidente da Associação Empresarial de Ponte de Lima em escândalo bancário

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O presidente da Junta de Freguesia da Ribeira e o presidente da Associação Empresarial de Ponte de Lima estão entre os quatro detidos pela Polícia Judiciária por suspeitas de autoria de crimes de burla qualificada, associação criminosa, falsificação de documentos e abuso de confiança.

De acordo com a PJ, os quatro detidos, com idades entre os 37 e os 55 anos, desenvolveram durante anos, “atividade de promoção bancária” no Deutsche Bank de Ponte de Lima e de Viana do Castelo, “a coberto da qual terão praticado os crimes”.

Entre os detidos estão o presidente da Junta de Freguesia da Ribeira, Nuno Pimenta, e o presidente da Associação Empresarial de Ponte de Lima, António Lima, ex-promotores da agência de Ponte de Lima. São ainda arguidos os bancários Alexandre Rodrigues Martins, também de Ponte de Lima, e Filipe Martins Alves, residente em Chafé, Viana do Castelo.

O coordenador da PJ de Braga, António Gomes, afirmou que os detidos poderão ter prejudicado cerca de 80 clientes, provocando um prejuízo de vários milhões de euros. A investigação já permitiu identificar oito vítimas, ascendendo os prejuízos a mais de um milhão e seiscentos mil euros.

De acordo com António Gomes, os detidos prometiam aos clientes  investimentos seguros e de risco baixo ou nulo, com juros “muito elevados”, mas acabavam por investir o dinheiro em produtos financeiros de “elevadíssimo risco”. Muitas vezes recebiam dos clientes “dinheiro vivo”, apesar de, como promotores bancários, estarem proibidos de o fazerem.

As vítimas eram, por norma, idosos e pessoas de baixa escolaridade, incluindo iletrados.

Os arguidos “emitiam documentos com os logotipos do banco”, em que faziam constar que o dinheiro estava investido no que havia sido acordado com os clientes.

A atividade criminosa decorreria desde 2008, mas, entretanto, alguns lesados apresentaram queixa no Ministério Público, originando uma investigação pela PJ que começou há oito meses.

Esta quarta-feira, os quatro homens foram detidos na sequência de 13 buscas em casas e carros e no cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo Ministério Público de Viana do Castelo.

Nas buscas, foram apreendidas seis viaturas de gama alta, dinheiro e prova documental e digital.

Os detidos, que estão indiciados dos crimes de burla qualificada, associação criminosa, falsificação de documentos e abuso de confiança, serão hoje presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção tidas por adequadas.

A PJ prossegue com a investigação, nomeadamente para identificar o destino dado pelos arguidos ao dinheiro.deutsche 6458