Sapadores de Viana voltam à rua em protesto contra alegado assédio laboral (COM VIDEO)

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Os bombeiros sapadores de Viana do Castelo voltaram à rua, esta quarta-feira, para um protesto contra o alegado assédio laboral que dizem estar a ser vítimas por parte do comandante da corporação. Cerca de duas dezenas de bombeiros e vários elementos sindicais concentraram-se na Praça da República e, munidos com tarjas de protesto, deslocaram-se até à frente dos Paços do Concelho, onde decorria a reunião de Câmara. Ao longo do curto percurso gritaram várias palavras de ordem como “presidente, escuta, os sapadores estão em luta”, “a perseguição não é solução” e “comandar os sapadores é respeitar os trabalhadores”. 

“Esta é mais uma forma de os bombeiros demonstrarem o seu descontentamento com a situação que se vive no quartel e que o senhor presidente da Câmara teima em ignorar. No fundo, os bombeiros querem teimar também em demonstrar que se passa alguma coisa”, justificou Ludovina Sousa, coordenadora distrital do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

O “braço de ferro” entre os operacionais e o comandante António Cruz parece não ter fim à vista. Pela cidade, vêem-se várias tarjas de protesto a dar conta do alegado assédio laboral que existe na corporação dos Sapadores de Viana. A sindicalista refere que do universo de quase 60 bombeiros que existem nos Sapadores de Viana, há 34, dos mais antigos na corporação, que se manifestam publicamente contra o comandante. “E depois há os mais novos que se calam, até porque estão em situação irregular. Passados três anos, a recruta ainda não está terminada nem sinalizada por inoperância e inércia do comandante e muitos deles calam-se”, refere.  

Com mais de metade dos bombeiros contra o comandante, “o ambiente está péssimo” no quartel, asseguram os operacionais. Além de existir o problema do comando contra bombeiros, começam a haver grupos de bombeiros contra bombeiros. “É um caos”, asseguram os operacionais, lamentando que o presidente da Câmara ainda não tenha ido ao quartel falar com todos os bombeiros nem “haja resultado do inquérito de averiguações ao comandante prometido em outubro de 2020”. 

Uma das queixas dos bombeiros é a falta de equipamentos de protecção individual. “O presidente da Câmara disse em várias reuniões que era mentira o que nós dizíamos sobre a falta de equipamentos. Mas nestes meses em que temos protestado, têm chegado equipamentos e muito bem. Já recebemos fatos nomex, botas, luvas… isso veio dar-nos razão, afinal havia falta de equipamentos”, atiram. Contudo, “os problemas com a formação, instrução, promoções paradas há anos e assédio permanente mantém-se e tem piorado”, relatam.

“Há pessoas que faltam ao trabalho e andam acompanhadas por psicólogos e psiquiatras por causa desta situação. Vamos tentando aguentar e não fazemos ideia onde isto vai parar. A situação está a degradar-se de tal forma que, neste momento, o socorro está em risco. Não existe espírito de equipa por causa destas facções que estão a surgir”, alertam.

Ao longo de todo este processo, o comandante tem-se remetido ao silêncio e o presidente da Câmara tem reiterado a sua confiança em António Cruz.