CCDR-Norte na liderança de programa de cooperação europeu para o Atlântico

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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) vai manter-se como entidade gestora do programa europeu de cooperação transnacional Interreg Espaço Atlântico, o “único” gerido em Portugal e que será implementado até 2030.

Em comunicado, a CCDR-N indica ser a terceira vez que assume “este papel de liderança no programa comunitário de referência para a fachada europeia atlântica” que, para o próximo ciclo de fundos comunitários, tem um orçamento de 150 milhões de euros, destinados a financiar projetos de 25 regiões de quatro países: Portugal, Espanha, França e Irlanda.

“Ao reassumir esta posição de liderança, a região Norte reforça o seu compromisso com as políticas europeias fundamentais e de vanguarda, em particular nos domínios da economia azul, do ambiente marinho e dos oceanos, comprometendo-se a contribuir para os chamados Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e do Pacto Verde Europeu”, destaca o presidente da CCDR-N, António Cunha, citado no documento.

Os projetos financiados são realizados em parceria entre organizações públicas e privadas e têm por objetivo melhorar a competitividade regional e a qualidade de vida das regiões atlânticas europeias nas áreas da “Inovação Azul e Competitividade”, “Ambiente Azul”, “Turismo Sustentável e Cultura” e “Governança do Espaço Atlântico”.

No atual ciclo de financiamento, o programa de cooperação Espaço Atlântico atribuiu 178 milhões de euros (de um total de 185 milhões) a 71 projetos, apoiando 716 entidades de 36 regiões europeias nas áreas da inovação e competitividade, eficiência dos recursos, riscos territoriais e biodiversidade e património natural e cultural.

Atualmente, a taxa de execução situa-se nos 46% por cento, tendo quase duplicado desde 30 de outubro de 2020, quando assumiu funções o atual presidente da CCDR-N.

No atual ciclo, foram premiados três projetos apoiados pelo Programa Espaço Atlântico – CLEANATLANTIC (remoção de lixo marinho), SAFER (setor de produtos do mar) e EBB (proteção da biodiversidade) – nos ‘Atlantic Project Awards’, uma iniciativa da Comissão Europeia.

Os projetos foram reconhecidos nas áreas da proteção do ambiente marítimo e dos ecossistemas marinhos, contribuindo para a adaptação e mitigação das alterações climáticas nas regiões do Atlântico.

Também o projeto PORTOS foi este mês premiado pelos ‘PT Global Water Awards’, uma iniciativa nacional, coordenado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que conta com o apoio do Ministério do Ambiente e Ação Climática e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, pelo seu contributo para a promoção da transição energética dos portos do Espaço Atlântico.

Este projeto tem três casos de estudo principais: o Porto de Leixões (Portugal), o Porto de Vigo (Espanha) e o Porto de Shannon Fones (Irlanda). Como parceiros associados conta ainda com dois portos em França e dois portos em Inglaterra, e com a organização Puertos del Estado em Espanha.

Ainda no domínio da transição energética destaca-se o projeto SEAFUEL, que instalou a primeira estação de abastecimento de hidrogénio na ilha de Tenerife, uma instalação piloto capaz de produzir hidrogénio verde, como combustível alternativo, a partir de energias renováveis.

A disponibilização de uma frota de sete veículos equipados com célula de combustível, capazes de ser abastecidos nesta estação visa demonstrar a viabilidade tecnológica, social e económica do uso do hidrogénio verde no transporte local, tornando possível viajar com zero emissões e com energia 100% renovável, e contribuindo assim para uma mobilidade mais verde e um turismo mais sustentável nesta região.

O próximo passo será a transferência deste projeto piloto para outras regiões do Espaço Atlântico.