Alcaldesa de Lugo é a primeira mulher presidente do Eixo Atlântico 

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Lara Méndez foi eleita presidente do Eixo Atlântico na Assembleia-geral realizada em Santiago de Compostela no 30º aniversário da entidade. A alcaldesa de Lugo é a primeira mulher a presidir o Eixo Atlântico. 

A Assembleia-geral aprovou o programa para 2022 centrado em 5 eixos prioritários: Coesão social, sustentabilidade urbana, inovação, desenvolvimento económico e internacionalização. Os representantes dos 39 munícios e diputaciones que integram o Eixo Atlântico aprovaram também um orçamento de mais de 4,5 milhões de euros. 

A alcaldesa de Lugo agradeceu a confiança que lhe foi demonstrada. “Esta nova etapa do Eixo Atlântico será de especial importância porque enfrentamos enormes desafios causados pela crise sanitária, social e económica do pós-pandemia e abre-se agora uma oportunidade única com os fundos europeus para caminhar para uma transformação real dos nossos territórios serem reformados”, defendeu Lara Méndez que realçou também trabalho conjunto de diferentes entidades que é necessário fazer para agilizar a melhor execução das respostas. 

Por seu lado, o Secretário-Geral, Xoan Vázquez Mao, destacou o facto de, após uma crise económica, que afetou Portugal e Espanha de forma singular, e uma pandemia, “o Eixo Atlântico continua na linha da frente com novos municípios, com mais cidades a solicitarem a sua adesão; com um programa e orçamento consolidados e mais ambiciosos, mesmo acima dos anos anteriores à pandemia, além de sua posição de liderança na Ásia e na América”. 

A Assembleia, a primeira presencial após o início da pandemia, realizou-se em Santiago de Compostela como reconhecimento ao Caminho de Santiago e ao setor turístico, um dos mais castigados pela pandemia e que vai ter um papel importante na recuperação económica.  

“Estou muito satisfeito pela nossa cidade acolher esta importante reunião, sobretudo sendo no contexto do Ano Santo que esperamos que seja o da recuperação económica e da saída da crise”, afirmou O alcalde de Santiago, Xosé S. Bugallo. O autarca quis também “reivindicar o papel que tiveram os municípios durante este período crítico, uma vez que contribuíram de uma forma destacada para reativar os setores mais prejudicados pela crise económica, social e sanitária”. 

Na Assembleia aprovou-se o relatório de gestão política do anterior presidente, Ricardo Rio (autarca de Braga), reconhecendo-se o “trabalho extraordinário” realizado nas condições, provavelmente, mais difíceis nos 30 anos de vida do Eixo Atlântico já que teve que gerir os dois anos de pandemia e a consequente paralisação de atividades. 

Apesar disto, durante a sua presidência desenvolveram-se ações altamente inovadoras a nível europeu como a conferência de presidentes e especialistas de renome, realizada em Pontevedra. Nessa reunião aprovaram-se modelos e estratégias para gerir as consequências geradas ao nível económico e social das cidades após a pandemia. 

Durante a presidência de Ricardo Rio também se iniciou o processo de internacionalização do Eixo Atlântico com cinco projetos aprovados e financiados pela Comissão Europeia na Ásia, Canadá e América do Sul.

“O tempo é algo que não flui sem que nele devamos deixar a nossa marca, o nosso trabalho e o nosso espírito crítico e decisor, sendo esta a melhor herança e futuro que poderemos deixar às próximas gerações. O período em que com extremo orgulho e determinação liderei os destinos do Eixo Atlântico foi marcante e espero que as bases lançadas nos projetos até aqui desenvolvidos sejam uma plataforma profícua para o destino do Eixo Atlântico com evidentes vantagens para toda a euroregião e os seus cidadãos. Juntos continuaremos sempre a ser mais fortes”, garantiu Ricardo Rio.

A Assembleia reconheceu também “o esforço na coordenação e o intercâmbio de informação” realizado pelo Eixo Atlântico durante o confinamento e as coordenações com o Governo de Portugal e a Xunta de Galicia para minimizar as limitações dos governos sobre a mobilidade entre populações de ambos os lados da fronteira. De forma particular, valorizou-se a criação das comissões políticas que garantem a participação ativa de todos (as) os (as) presidentes na identificação das ações para sair da crise, assim como uma estratégia conjunta para a gestão dos Fundos Next Generation.

 

Especial atenção aos planos energéticos

O programa para 2022 aprovado na Assembleia-geral promove um conjunto de propostas em sintonia com a nova política da União Europeia, e seus instrumentos financeiros para o período de 2021-2027. “O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, o mapa de coesão social, o Plano de Sustentabilidade Urbana e o Plano de Descarbonização do Sistema Urbano do Eixo Atlântico estão alinhados com o Pacto Ecológico Europeu, o Novo Bauhaus ou as medidas energéticas que a Comissão Europeia está a desenvolver”, referiu a entidade, em comunicado. 

Entre estes, o Eixo Atlântico dá especial atenção aos planos energéticos que melhoram a competitividade e favorecem a redução dos preços da energia, a qualidade do ar e a prevenção da poluição atmosférica, que provoca um elevado número de casos de cancro do pulmão. Da mesma forma, nos próximos meses, será apresentado o primeiro relatório socioeconómico do Eixo, que constitui uma fotografia em alta definição da situação social e económica das nossas cidades e do território após a pandemia.

“No âmbito do desenvolvimento económico, continuar-se-á com o diálogo com os governos para melhorar as ligações ferroviárias e a ligação vertical Lisboa-Coruña com a saída sul Vigo e a nova linha ferroviária Porto-Vigo, complementar à linha do Minho. Da mesma forma, verificar-se-á que o AVE galego cumpre todos os parâmetros de um comboio de alta velocidade de última geração. Também se estará atento a que a chegada do AVE não oculte outras necessidades que estão pendentes há muito tempo e que se tornam cada vez mais urgentes”, lê-se no comunicado.

A digitalização e o turismo constituem atuações prioritárias no programa com o desenvolvimento de conceitos promovidos pelo Eixo Atlântico nos seus 30 anos: o turismo transfronteiriço e o turismo de autor. 

Por último, a cultura, a educação e o desporto, âmbitos de identidade do Eixo, contribuirão para a reconstrução do tecido cultural e da coesão social após a pandemia. 

Toda esta experiência constituirá o conteúdo das estratégias de internacionalização que promovem a valorização das experiências mais inovadoras das nossas cidades a nível internacional (com especial interesse em cidades da Ásia e América, tanto do Norte como do Sul), bem como a promoção de novos projetos conjuntos cofinanciados pela Comissão Europeia.