Câmara de Viana atribui descontos nas taxas a quem construir reservatórios de água

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A Câmara de Viana do Castelo apresentou planos municipais de eficiência energética e de poupança de água, esperando que, as 23 medidas que ambos prevêem, permitam poupar, nos próximos 12 meses, um milhão de euros aos cofres municipais.

“As medidas que visam a eficiência energética e a eficácia na gestão de recursos naturais como a água são já uma realidade nas políticas municipais que o executivo municipal pretende agora aprofundar, tendo em consideração a necessidade de mitigar efeitos provocados pela crise energética na Europa e pela seca extrema sentida no país. Não podíamos continuar à espera que alguém fizesse alguma coisa, nós é que temos encarar de forma diferente estes dois desafios”, justiçou o presidente da Câmara.

De acordo com Luís Nobre, o plano municipal de eficiência energética, prevê ações de proximidade e sensibilização junto dos agentes económicos, apelando à poupança energética, em colaboração direta com a Associação Empresarial de Viana do Castelo. A autarquia irá proceder à certificação energética dos edifícios e à implementação de um sistema de gestão central para o aquecimento de espaços públicos, assim como de coletores solares, onde é necessária água quente sanitária. Outras das medidas passa por desligar a luz ornamental em todos os espaços públicos a partir da 01h00 e as fontes públicas que recorram à energia elétrica. 

O município pretende também manter e diminuir nalguns espaços a iluminação pública em zonas urbanas durante a noite, “desde que se mantenha a segurança”. O autarca salientou a poupança energética na ordem dos 70% que já foi alcançada com a substituição para Led de quase metade dos 37 mil candeeiros e a poupança de 60% nos custos no aquecimento de água com a colocação de painéis solares em equipamentos municipais como piscinas.

O plano prevê também continuar a substituir a frota municipal por veículos mais eficientes e a instalação de um sistema de gestão de frota com GPS, o que representará uma poupança energética de 10%. Será também instalado um sistema de sustentabilidade hídrica em 19 edifícios municipais para a redução do consumo de energia de água quente utilizada, principalmente, nos chuveiros, avançando posteriormente para uma segunda fase nos restantes edifícios municipais.

O Plano Municipal de Poupança de Água prevê ações de sensibilização e informação ambiental dirigidas a diversos públicos e faixas etárias para a valorização da água, especialmente para os alunos e comerciantes.

Outras das medidas passa pela monitorização das situações problemáticas de falta de água em freguesias de montanha, pela adoção de boas práticas e pela redução dos consumos de água através das “regas pontuais e inteligentes”. Neste aspecto, o autarca sublinhou que Viana do Castelo utiliza já 90% de água não tratada e proveniente de fontes para os espaços verdes, tendo vindo a implementar também a plantação de espécies autóctones que não necessitam de rega artificial.

As ações incluem ainda a redução da lavagem de ruas com recurso a água potável, a utilização de fontes alternativas de água e o aproveitamento de furos e poços existentes, bem como de águas pluviais para ações de proteção civil. Foi ainda anunciada a suspensão de 38 contadores de rega do sistema público numa primeira fase, o controlo e a deteção, em parceria com a Águas do Alto Minho, de perdas e fugas da rede pública de água, a redução em 50% da frequência de lavagem dos veículos do município e o levantamento de todos os sistemas de rega das freguesias do concelho para a redução dos tempos de rega e para a substituição por captação própria.

O autarca informou também que será promovida uma redução de 50% das taxas urbanísticas em todas as operações de licenciamento de obras que garantam a construção de reservatórios de águas pluviais.

No âmbito dos dois planos existirá ainda uma campanha de sensibilização “Poupar hoje para garantir o amanhã” nos meios de comunicação social locais e pelas juntas de freguesia, bem como um manual de boas práticas para a poupança de energia e de água para os utilizadores de edifícios e espaços municipais, nomeadamente, escolas e serviços, assim como para os funcionários municipais.