Empresários querem Barcelos como “um dos motores industriais do país”

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O presidente da Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB) quer fazer do concelho “um dos motores industriais do país”. João Albuquerque aproveitou o Fórum Regional da Indústria para evidenciar que as “2.460 empresas industriais de Barcelos conseguiram exportar, em 2021, 997 milhões de euros, sendo a maioria do sector têxtil”. O responsável aproveitou o Fórum, que contou com as presenças dos ministros da Economia e Mar e da Coesão Territorial, para falar do projecto da “Cidade Têxtil”, que pretende agregar empresas e entidades que aportem conhecimento ao sector, e solicitou o seu reconhecimento por parte do Governo. Relativamente a este projeto, João Albuquerque referiu que “a ACIB já tem parceiros da área financeira e tecnológica para avançar” salientando que esta iniciativa é “reconhecida como estratégica por parte do Município de Barcelos”. 

O presidente da ACIB alertou ainda o Governo para “o forte impacto dos custos da energia no tecido empresarial de Barcelos” e anunciou a compra, em pacote, de energia e gás mais competitivos para as empresas associadas da ACIB.

O presidente da Câmara Municipal de Barcelos apontou o sector industrial como “fundamental” para a estrutura económica e social de Barcelos, constituindo 50% do volume de negócios total do concelho. Mário Constantino alertou o ministro da Economia e do Mar para “os fortes constrangimentos sentidos pelas empresas têxteis e de cerâmica, que têm uma forte dependência energética, e cujos custos têm vindo a aumentar exponencialmente”. Por este motivo revindicou uma redução da carga fiscal que incide sobre a eletricidade e o gás. O autarca de Barcelos anunciou também a criação no concelho de uma agência para captação de novos investimentos empresariais.

A concluir a sessão de abertura, o ministro da Economia e do Mar afirmou que a “Cidade Têxtil”, proposta pela ACIB, poderá ser uma das respostas à dificuldade das empresas portuguesas em criarem marcas globais, à semelhança do que a Itália fez neste sector. Incentivou também a que o Quadrilátero Urbano, constituído por Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão, se assuma numa das locomotivas da economia do país, sustentada na “excelência de uma indústria têxtil, da cerâmica e da metalomecânica existente nestes quatro concelhos”.

O ministro António Costa e Silva alertou para a transição atual da era da globalização dinâmica para uma nova era caracterizada por conflitos geopolíticos e pela segmentação do comércio mundial. “Temos de lidar com um mundo novo mais agressivo e difícil e a chave para o sucesso das empresas passa pela capitalização e a cooperação”. “Não podemos ignorar os grandes desafios que se nos colocam no futuro”. A este propósito assumiu o compromisso de contribuir para mais inovação, maior dimensão e maior internacionalização da indústria existente, pretendendo colocar em marcha um plano para definir o que poderá ser feito para tornar o tecido empresarial mais competitivo a nível nacional e internacional.