Fundo Miguel Bento Alves perpetua “espírito altruísta, generoso e abnegado”

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Um grupo de profissionais da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) criou um “fundo de emergência” para alunos em situação de carência e atribuiu-lhe o nome de um colega que “viveu a ajudar o próximo”.

A ex-diretora e atual professora da ESTG Joana Santos adiantou que o fundo Miguel Bento Alves vai ser apresentado, na segunda-feira, durante as comemorações do 37.º aniversário daquele estabelecimento de ensino.

“O que pretendemos é dar apoio a emergências. Na altura do Natal tivemos vários alunos que estavam a passar muitas dificuldades. Com este fundo queremos agir de forma imediata. Quando for identificada uma necessidade podermos atuar de forma rápida. Estes casos não podem esperar pela burocracia”, explicou Joana Santos.

A docente explicou que a ideia começou a ser trabalhada entre os profissionais da ESTG após a morte, há cinco anos, de Miguel Bento Alves, professor de engenharia informática.

Para Joana Santos, “mais do que homenagear” o colega, a criação do fundo de emergência para alunos carenciados, que irá depender de doações e da contribuição dos próprios profissionais da ESTG, “quer perpetuar o espírito altruísta, generoso, abnegado” do docente, dando-lhe continuidade jundo da comunidade escolar.

“Sabemos que era o que faria se cá estivesse. Durante alguns anos o Miguel lecionou em Timor e, recentemente, ficou a saber-se que pagou os estudos a um aluno timorense que queria estudar na Austrália, mas não tinha dinheiro. Ninguém, até a família, sabia. Era de uma generosidade sem qualquer tipo de pretensão e que também praticava em Viana do Castelo, apoiando o Banco Alimentar Contra a Fome, associações e clubes, entre outros”, destacou Joana Santos.

O fundo Miguel Bento Alves “pretende pagar despesas como a renda de casa, a alimentação, as propinas, material escolar”, mas visa ainda “apoiar os estudantes no seu percurso académico, aproveitando as suas competências para estágios em empresas e para o seu desenvolvimento pessoal”.

“Os nossos estudantes pertencem, sobretudo, à primeira geração a frequentar o ensino superior e precisam de ser muito apoiados. São alunos com muitas dificuldades, a vários níveis”, alertou.

Joana Santos explicou que “a sustentação jurídica do fundo Miguel Bento Alves vai ser garantida por uma associação sem fins lucrativos que já está a ser criada e que será registada nas entidades públicas que possam vir a contribuir com alguma ajuda”.

“Não vamos andar a fazer propaganda do que viermos a dar e a quem daremos. Apenas temos de prestar contas a quem faz as doações. A transparência do fundo não vai passar por dar nome a quem ajudamos”, frisou.