Professores deram as mãos e uniram as duas margens do Lima em defesa da escola pública

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A ponte Eiffel de Viana do Castelo foi o palco para uma ação simbólica de protesto que uniu, num cordão humano, centenas de professores de várias escolas do Alto Minho. Munidos com cartazes e tarjas, os professores deram as mãos e uniram as duas margens do rio Lima, ocupando um dos passeios da ponte centenária, mostrando mais uma vez a união pela defesa da escola pública. “A escola na rua, Governo, a culpa é tua!”, foi apenas um dos cânticos de protesto entoado pelos docentes. Ao protesto no passeio, juntaram-se as apitelas dos automobilistas que atravessaram a ponte. Depois de terem feito uma fila indiana que ocupou toda a extensão da ponte, o trânsito foi cortado durante cerca de 10 minutos. 

“Criar Pontes na Educação” foi o nome da iniciativa organizada pela Coordenação de Greve ’23 – Viana do Castelo que contou com o apoio, entre outros, do Sindicato dos Professores da Zona Norte que, no dia anterior ao cordão humano, expôs na Praça da República uma bandeira gigante, que está a percorrer o norte do país, onde se lê “Melhorar a educação, tratem bem os que cá estão”. A bandeira contem largas centenas de assinaturas de professores e da população a demonstrar o descontentamento em relação às políticas educativas. A bandeira será entregue ao ministro da Educação com um manifesto completo de toda a ação reivindicativa que está a decorrer.  

“O cordão humano foi um gesto simbólico que representou a união de todos na defesa de uma escola pública de qualidade, bem como a capacidade de se criarem ligações, unindo partes separadas”, explicou a organização. “Este simbolismo, para além de se poder aplicar à situação atual de divergência entre os profissionais de educação e a tutela, consubstancia também o papel da escola pública como mitigador das diferenças sociais e elemento de ligação entre todos, como elo intergeracional transmissor dos mais nobres valores sociais, como fator de coesão social das comunidades e onde todos têm lugar”, acrescentou.