Alunos portugueses e espanhóis sentiram os ambientes do Santoinho 

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Alunos de uma escola de Lleida, Espanha, e da escola EB 2,3 Carteado Mena, em Darque, visitaram a Quinta do Santoinho durante uma ação de intercâmbio entre as duas instituições de ensino. Os jovens tiveram a oportunidade de conhecer, sob a orientação de Rosa Portela, o recinto do arraial minhoto, o Museu do Traje e também o Museu dos Transportes, evidenciando muito interesse durante toda a expedição. No final, jantaram no restaurante “O Espigueiro”, localizado no interior da emblemática quinta que foi fundada por António Cunha, em 1972, e provaram algumas das mais saborosas iguarias do Minho.

“Já tinha visto o Santoinho por fora, algumas vezes, e sempre me despertou alguma curiosidade, mas nunca tinha entrado. É a primeira vez e estou a gostar muito. É um lugar muito festivo, com muitas coisas interessantes. E muita história, também. Superou as minhas expectativas”, enalteceu Guilherme Souza, jovem de 15 anos de nacionalidade brasileira que está a morar em Viana do Castelo há pouco mais de um ano e que estuda na escola EB 2,3 Carteado Mena, em Darque.

Junto dele, alguns alunos espanhóis também olhavam admirados para o espaço envolvente, perto do recinto do arraial. “É a primeira vez que vimos a Viana do Castelo e a Portugal. É tudo muito verde, muito bonito. As festas daqui duram muito tempo e parecem ser muito divertidas. Em Espanha, também temos algumas, mas não como estas”, disse um dos jovens da comitiva espanhola.

Marisa Carrillo Medina, professora espanhola do Institut La Mitjana, em Lleida, era uma das três docentes responsáveis pela delegação do país vizinho e explicou de que forma é que o grupo acabou por chegar até à Quinta do Santoinho. “Estamos a realizar um projeto Erasmus com um tema relacionado com o meio ambiente e havia duas mobilidades, uma na Sérvia e outra em Portugal. E viemos a Portugal. Já visitámos Santa Luzia, a cidade de Viana do Castelo. Fizemos surf, remo… Limpámos a praia”, relatou Marisa, que apesar de ser de Lleida, uma cidade localizada a cerca de mil quilómetros da Princesa do Lima, é uma apaixonada pelo Alto Minho.

“Já vim a Valença do Minho, porque os meus pais têm ali uma casa de férias. Esta zona surpreendeu-nos muito porque tem tudo. Há praia, há verde, há rio, há tudo… Ficamos muito surpreendidos”, confessou, antes de elogiar a Quinta do Santoinho.

“O Museu do Traje foi muito interessante e o dos Transportes também. Foi mesmo muito interessante e muito bonito. Há trajes em diferentes zonas de Espanha, mas aqui é diferente”, acrescentou ainda a professora, que revelou também que, depois de uma semana em Portugal, espera receber os jovens alunos da EB 2,3 Carteado Mena em Espanha. “Eles vêm a Lleida de 4 a 10 de junho. Estes mesmos alunos e com outro projeto Erasmus. Vamos fazer o intercâmbio”, anunciou.

Para Carla Carmo, professora no Agrupamento de Escolas de Monte da Ola e a exercer funções na Escola Básica de Darque, onde adora estar, esta foi a primeira vez que visitou os museus do Traje e dos Transportes da Quinta do Santoinho.

“A receção [por parte de Rosa Portela] foi excelente e os alunos estavam muito interessados. A questão dos trajes, a questão dos transportes… Acho que foi muito importante para a cultura deles, porque isto está muito perto da casa deles e eles não conhecem”, explicou, referindo-se aos alunos portugueses, mas não deixando de notar que, sendo o projeto de Erasmus da comitiva espanhola relacionado com o meio ambiente, as peças que viram no Museu do Traje também acabam por ser, elas próprias, ecológicas.

“A nossa cultura era uma cultura que respeitava muito o ambiente e a natureza. A roupa era feita de linho, de forma artesanal e sem o impacto ambiental que temos hoje. Também a forma como cultivávamos antigamente era muito diferente da de hoje”, reconheceu. “Então, ao tomarmos conhecimento do passado, podemos perceber o que é que devemos mudar para continuarmos a respeitar a natureza como os nossos antepassados fizeram”, referiu.

Carla Carmo destacou ainda a importância da visita à Quinta do Santoinho e a outros espaços da cidade para a aprendizagem dos alunos. “Numa sala de aula, é só a teoria, não existe tanta aprendizagem como quando saímos daquelas quatro paredes e vimos conhecer e sentir estes espaços”, confessou.