“Retirada do baloiço do Cervo provocou uma celeuma enorme, principalmente nos comerciantes”

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A União de Freguesias de Vila Nova de Cerveira e Lovelhe é liderada por um “apaixonado” pela terra, Constantino Costa, mais conhecido por “Tino”. Já esteve na Junta pouco depois do 25 de abril de 1974, como secretário e presidente, e, depois de uma longa pausa, já reformado regressou à presidência, cumprindo, agora, o terceiro, e último, mandato. Do trabalho autárquico, destaca com orgulho o alargamento de “uma quelha de 70 centímetros” para uma via com trânsito automóvel e a fixação de uma capela que já mudou quatro vezes de local no cemitério. Em entrevista ao Semanário Alto Minho, o autarca lamentou a perda de uma “enorme” atração turística do concelho, o baloiço no miradouro do Cervo, e revelou que depois de concluir o percurso autárquico vai dedicar-se exclusivamente à escrita.

Em termos de dinâmica turística, Constantino Costa garantiu que “as coisas estão iguais”. “Cada executivo tem a sua ideia. Até existiram algumas coisas que diziam que iam acabar, mas continuam iguais. Temos o “crochet sai à rua” ou o embelezamento das ruas com guarda-sóis, que são coisas que vêm de trás e que se devem manter”, adiantou. Lembrando o impacto positivo que teve a colocação de um baloiço no miradouro do Cervo, o autarca lamentou que tivesse que ser retirado daquele local.
“Tratou-se de um caso problemático porque o baloiço no miradouro do Cervo foi considerado o número um em Portugal no que respeita a baloiço e paisagem. Aliás, a ideia até partiu do meu filho e a Junta arrancou para fazer o maior baloiço do país. Naquele local havia a atração do Cervo e do penedo dos ninhos e acrescentamos o baloiço”, explicou, salientando a “loucura” que Cerveira viveu devido ao sucesso do baloiço. “Quem fez a maior publicidade ao baloiço foram os espanhóis, que começaram a elogiar esta ideia e a criticar a Galiza porque lá não se fazia nada. A corrida de espanhóis para ver o baloiço foi uma loucura, chegou a estar trânsito cá de baixo até lá cima. Depois, a Câmara informou que o baloiço não estava legalizado e tinha de ser retirado”, contou, frisando que essa decisão causou um “celeuma enorme na população e, principalmente, nos comerciantes” porque queriam a manutenção do baloiço no local. “Em dois anos que esteve lá o baloiço, em tempo de pandemia, foi o principal responsável pela loucura de pessoas a visitar Cerveira. As pessoas ficavam encantadas com a paisagem, alguns até diziam que já tinham perdido a conta às vezes que o visitaram. Tenho a certeza que foram tiradas milhões de fotos com as pessoas no baloiço. Fiquei muito triste com a retirada do baloiço”, assumiu.

 

Leia a entrevista completa na edição desta semana.