“É falso que a Câmara de Viana também tenha construído as estruturas do Neopop”

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Raul Duro, 46 anos, é o rosto do maior festival de música electrónica do país, que ano após ano catapulta Viana do Castelo para a alta roda da música de dança. Resiliente e obstinado, Duro olha para o festival como quem olha para uma escada: degrau a degrau até chegar ao topo, que o próprio organizador desconhece qual seja. Resta a certeza de que ele não é o único player no meio deste emaranhado de vectores que resiste a críticas, pressões e até “política populista mentirosa”, abordando as acusações do vereador da oposição Eduardo Teixeira sobre benefícios camarários e isenção de taxas. Para Raul Duro, o Neopop faz parte do motor económico que há 17 anos enche uma cidade que, em agosto, só tinha as Festas da Senhora d’Agonia.

2024 foi o ano em que o Neopop bateu o record de assistência num só dia (mais de 10 mil na sexta, segundo dia do evento) e contou com visitantes de mais de 60 nacionalidades diferentes. A satisfação do organizador foi notória e visível.  “O balanço é extremamente positivo. Este ano, notamos maior responsabilidade e consciência das pessoas que vêm ao Neopop. Até na parte da separação dos resíduos em que as pessoas já colocavam as coisas nos sítios devidos. Houve, portanto, um comportamento exemplar de toda a gente, sem relatos de gravidade de que se pudesse falar, apesar da tentativa de colagem do lamentável episódio do esfaqueamento numa zona perto do acesso ao festival que nada teve a ver connosco”, ressalvou, adiantando que até a polícia reconheceu que, apesar de haver “coisas do costume”, elas aconteceram com “menor incidência” do que nos últimos anos. “A própria cidade vai atraindo as pessoas e acaba por filtrar o público e por isso a qualidade dos participantes tem vindo a subir notoriamente”, frisou.