
LEIA TUDO NESTA EDIÇÃO DO "ALTO MINHO"
“Que a Vila Histórica de Lanheses ganhe capacidade reivindicativa”


“É um dia simbólico, que assinala a concretização de um sonho”, afirmou Filipe Rocha. O presidente da Junta de Freguesia de Lanheses reconheceu que os lanhesenses ansiavam recuperar o estatuto de vila e “ter o reconhecimento da importância histórica” da freguesia. Realçando que “o sentimento de orgulho de ser lanhesense sempre esteve presente ao longo do processo”, o autarca defendeu que Lanheses tem “uma importância histórica na região e uma localização estratégica privilegiada” e que “todo o desenvolvimento que a freguesia conseguiu se deve ao estatuto que vem de trás”.
Filipe Rocha, que foi um dos homenageados, acredita que a elevação a vila histórica “é uma oportunidade que vai impulsionar a freguesia a vários níveis”, enaltecendo que o reconhecimento vai motivar a população “a dar e a colaborar mais”. Para além de ser um trunfo na promoção turística, o “selo histórico” pode, segundo o autarca, ser importante nas candidaturas a fundos comunitários ou a apoios municipais e nacionais para a recuperação e preservação da cultura e do património material e imaterial. “Nós ansiamos que isto nos dê capacidade reivindicativa para termos mais e melhor comunidade e mais e melhor Lanheses”, vaticinou.
Entre os homenageados, esteve um dos impulsionadores do projeto, responsável por reunir a comissão para a elevação de Lanheses à categoria de vila histórica. Para Lourenço de Almada, a distinção de vila histórica “poderá ser ainda mais interessante do que a de uma simples vila”, uma vez que o carimbo confere uma valorização histórica e não acarreta os mesmos custos que a categoria de vila. Para além disso, o aristocrata acredita que podem surgir novas oportunidades para a freguesia, que “não serão extraordinárias”, mas poderão ser interessantes tendo em conta a dimensão local. “Agora poderemos olhar para Lanheses e criar aqui mais estruturas de desenvolvimento e de apoio à população, e também poderemos fazer parte de um grupo de trabalho com outras vilas históricas”, explicou.
Rosa Castro também foi homenageada na cerimónia. Sempre foi uma mulher de causas e desde cedo foi à luta para garantir melhores condições para a freguesia de Lanheses. “Era um bocado revolucionária naquele tempo. Fazíamos listas para campanhas eleitorais, lutávamos por coisas que nós queríamos e que achávamos que Lanheses merecia”, contou a antiga professora, que integrou a Comissão Instaladora inicial da Escola Secundária da freguesia. “Havia quem dissesse que a escola só vinha para Lanheses quando as galinhas tivessem dentes, mas conseguimos”, recordou. Apesar de valorizar o reconhecimento pelas suas ações, Rosa Castro admitiu que a prioridade sempre foi conseguir melhores condições na freguesia. “Nós percebemos que se podia lutar por coisas para as freguesias. A câmara dava as coisas, mas se ninguém lá fosse espicaçar, não dava. Tínhamos grupos de pessoas que se organizavam e que se reuniam para lutar por coisas que nós achávamos que a freguesia merecia e que não tinham que ser só para a cidade”, explicou.
Este ano, a Junta de Freguesia preparou uma programação para comemorar a elevação de Lanheses a Vila Histórica, que se estende até ao dia 1 de maio.