
Rui Lacerda de Prata promete Ouro em Setembro
Rui Lacerda assumiu a frustração de ter ficado a escassos 88 centésimos de segundo do seu primeiro título europeu sénior em C1 maratonas, no sentimento “agridoce” da medalha de prata na sua Ponte de Lima.
“Foi por pouco, foi uma prova muito difícil, principalmente a primeira parte, muito dura, muito disputada. Entretanto as coisas acalmaram, já estávamos taticamente a preparar a última volta, a última portagem, e atacámos. Tive a oportunidade, estive na frente, sonhei com o título europeu, mas o ‘tono’ foi um bocadinho mais forte do que eu e levou a melhor”, desabafou, em declarações à Lusa.
Disputando o triunfo contra dois espanhóis, Rui Lacerda, que já tinha sido prata em 2024, cumpriu os 22,6 quilómetros do traçado no Rio Lima em 1:48.54 horas, ficando a somente 88 centésimos de Manuel Campos, que teve o compatriota Fernando Busto em terceiro, a 17 segundos.
“É [um sentimento] agridoce, era a primeira vez que ia ser campeão da Europa como absoluto, já tinha sido em sub-23, porém creio que vai haver mais oportunidades e vou continuar a treinar para chegar a esse título”, prometeu o desportista de 33 anos.
O trio saiu da última portagem – percurso em terra no qual os atletas correm a carregar o caiaque – junto e Rui Lacerda atacou, deixando Busto para trás, liderando depois até cerca de 50 metros do fim, acabando por perder para o ainda mais experiente rival, que sempre se destacou por um “sprint muito forte”, que se revelou decisivo.
“Eu ia bem, ia com o barco bem lançado, já sabia que ele tem um sprint muito forte. Podia ter ‘jogado’ um bocadinho com o rio, podia ter apertado um bocadinho, que tinha margem para isso, no entanto quis que fosse uma prova 100 % limpa e ele foi mais forte no final. Mas estou contente com o título de vice-campeão europeu”, disse.
Agora, o canoísta-bombeiro, destacado em Viana do Castelo, perto de Ponte de Lima, de onde é natural, já aponta aos Mundiais de Gyor, na Hungria, que vão decorrer em setembro, e nos quais espera estar ainda mais forte.
“Vingança é uma palavra muito forte, contudo quero estar bem preparado nos mundiais e voltar a atacar as medalhas e melhorar o terceiro lugar do ano passado”, concluiu.