O meu seguro cobre isto? O verão não é desculpa para surpresas

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Com a chegada do verão, multiplicam-se os jantares no jardim, as tardes passadas na piscina e as casas vazias durante as férias. Mas também aumentam os imprevistos: quedas, roubos, acidentes com crianças ou até danos causados a vizinhos. A questão é inevitável: “O meu seguro cobre isto?” E, muitas vezes, a resposta só chega quando já é tarde — e a surpresa não é agradável.

Muitos seguros de responsabilidade civil, multirriscos ou automóvel contêm exclusões específicas que, embora previstas nas condições contratuais, escapam à atenção de quem contratou a apólice. Casos como quedas numa piscina sem vedação, danos causados por convidados, assaltos em casas temporariamente desabitadas ou acidentes em festas familiares nem sempre estão cobertos — ou estão, mas com limites ou franquias que os tornam praticamente ineficazes. O mesmo acontece com acidentes de viação em deslocações de férias, onde a responsabilidade pode ser disputada e os montantes indemnizatórios contestados.

No verão, estes riscos aumentam. Há mais circulação de pessoas, maior exposição das casas e, muitas vezes, um relaxamento nas regras de segurança. Mas o facto de estarmos de férias não suspende as obrigações legais — nem as cláusulas do contrato de seguro. Em caso de sinistro, o segurado tem o dever de comunicar o incidente no prazo legal e cooperar com a seguradora. E a seguradora, por sua vez, pode recusar a cobertura se considerar que houve negligência grosseira ou incumprimento contratual. Nestes contextos, não raras vezes, é necessária a intervenção de um advogado contra seguradora, para garantir que os direitos do consumidor não ficam pelo caminho.

Por isso, é fundamental rever a apólice antes de sair de férias. Confirme as coberturas ativas, os limites, as exclusões e o procedimento em caso de acidente. E, sobretudo, esclareça dúvidas com o seu mediador — ou com apoio jurídico — antes que a piscina transborde… de problemas.

Na QUOR, temos acompanhado casos em que uma leitura atenta — ou uma intervenção atempada — evitou prejuízos significativos. Seja no campo, na cidade ou no litoral, um verão tranquilo começa com prevenção. Porque o calor pode ser imprevisível, mas os seus direitos não têm de ser.

 

Maria Pires

QUOR Advogados