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“Diziam que eu era mau, mas não era, era só valente”
Bertinho, de 70 anos, foi um dos defesas mais “raçudos” da história do Vianense, clube que representou várias vezes entre os anos 70 e 80 e onde viveu histórias mirabolantes. Em campo, partiu dois dentes ao primo de “uma moça que andava a namoriscar” e por infortúnio atirou outro “para o hospital”. No Neves, jogou “40 minutos” à baliza e em Monção foi contratado por um “contrabandista de tabaco”. “Valente”, Bertinho, que em miúdo esteve detido na Casa da Rata durante uma tarde, recebeu vários convites da I Divisão, mas teve “juízo” e não aceitou nenhum.
Nascido na Rua General Luís do Rego, em Viana do Castelo, Bertinho começou a dar os primeiros toques na bola na rua, com amigos, numa época em que “aos domingos havia as rivalidades contra os tipos da Ribeira, dos Cabeços ou do Bairro do Jardim”, no Campo da Agonia. Durante a semana, os treinos eram na rua, onde tinha de se esconder da polícia, que não permitia esse tipo de atividade em locais que não fossem específicos para o efeito, ou no ringue do quartel do BC9, onde os miúdos também não eram bem-vindos.