
Iúri Leitão: “Ver que as pernas estão a corresponder e que o corpo entrou bem na Volta a Portugal é muito bom sinal”
O campeão olímpico vianense Iúri Leitão parte esta quinta-feira da sua terra natal rumo ao Sameiro de Braga, na primeira etapa da Volta a Portugal de 162 quilómetros. O sprinter vianense tentou, mas nem um campeão olímpico conseguiu destronar Rafael Reis, que, pelo quinto ano consecutivo e pela sétima vez na carreira, ganhou o prólogo para garantir a primeira amarela da Volta a Portugal em bicicleta.
“Não posso dizer que fiquei triste, mas claro que ficar tão perto, especialmente sendo o último a chegar e chegando com o melhor tempo… Claro que tive ali ainda uma esperança de que pudesse vestir a amarela e que pudesse sair de Viana com a camisola de liderança, mas eu sabia que o favorito vinha a seguir e cruzar a meta com o melhor tempo e ser apenas batido pelo melhor especialista de Portugal, acho que é bastante satisfatório”, reagiu Iúri Leitão, no final do prólogo na Maia. “Ainda tinha de controlar um pouco os ânimos, porque se vamos a ver o ‘score’ do Rafael Reis nos prólogos, ele é praticamente imbatível. Então, estar ali tão perto dele é sempre especial e fico muito feliz. Embora não fique 100% satisfeito, como é óbvio, porque acho que não há nenhum ciclista que parta para fazer segundo ou terceiro. Todos estamos aqui para tentar ganhar, mas não posso dizer que estou desiludido. Estava à espera, talvez, de bem menos e ver que as pernas estão a corresponder e que o corpo entrou bem na Volta a Portugal é muito bom sinal. É sinal que a preparação valeu a pena”, acrescentou o ciclista de 27 anos, satisfeito por regressar a uma prova na qual só esteve uma vez, em 2021, quando alinhava na nacional Tavfer-Measindot-Mortágua. “Especialmente porque, na minha estreia, não estava no melhor momento da temporada e fiquei desiludido de não poder desfrutar da Volta como desejava. Além disso, gosto muito de voltar a Portugal sempre que é possível e este ano praticamente não competi por cá, dado ao fim ‘trágico’ da Volta ao Algarve”, lembrou, referindo-se à queda que sofreu na terceira etapa e que o deixou com uma lesão na mão direita. Para Iúri Leitão, correr em Portugal tem sempre “um gostinho especial”, porque é por cá que sente “o carinho das pessoas de outra forma”. Apesar do estatuto e popularidade que ganhou com as duas medalhas olímpicas, o corredor luso não sente que terá uma maior responsabilidade na 86.ª Volta a Portugal. “Tenho a mesma responsabilidade de todas as outras provas, fazer o melhor possível e ajudar a equipa no que me for pedido. Especialmente tendo em conta o trajeto deste ano, que tem tão pouca variedade de terreno, as minhas oportunidades serão poucas, portanto a minha participação será, provavelmente, mais discreta do que eu gostaria”, antecipou. Numa edição excessivamente montanhosa, com seis etapas de montanha e cinco chegadas em alto, o campeão olímpico reconhece que o seu objetivo é bastante simples: “Dado que só há uma hipótese teórica de chegada ao sprint, vou tentar apontar as forças para a chegada de Viseu, assim como estou à espera que façam os outros sprinters.”