Autarcas dizem “basta” e exigem que Águas do Alto Minho “mude de vida”

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Os autarcas do sete municípios acionistas da Águas do Alto Minho disseram “basta” e foram taxativos a exigir uma “mudança de vida” à empresa. Em conferência de imprensa, os autarcas pediram desculpa aos munícipes e disseram que vão pedir com urgência uma reunião ao ministro do Ambiente.

“Basta de erros, basta de promessas, basta de facturas fora de horas, basta de códigos de pagamento caducos, basta de valores exorbitantes, basta de estimativas irrealistas, basta de telefones não atendidos, basta de comunicação errática”, lê-se num comunicado conjunto dos autarcas de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez, Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira, Valença e Caminha.

Perante as “expectativas goradas” que têm sido dadas pela administração da empresa, “os municípios exigem que se vire uma página decepcionante vida da AdAM (…) este novo ciclo tem de ser de  credibilização, de dedicação à comunidade e de investimento (…) a AdAM tem que mudar de vida!”. E deram um prazo para isso a acontecer: a próxima factura.

Os autarcas terminam o comunicado com “um sincero pedido de desculpas aos munícipes” que representam, criticando a empresa por ainda não ter feito o mesmo. “Mesmo não tendo responsabilidade executiva na administração da AdAM, os Municípios assumem lealmente toda a história da parceria, devendo uma palavra de reconhecimento à população por tudo o que tem aguentado”.

Na reunião que vão ter com o ministro do Ambiente, Miguel Alves, autarca de Caminha, admitiu que, caso a empresa “não mude de vida”, poderão estar em causa “medidas mais drásticas”. “Mas como temos confiança de que a mudança vai acontecer, não queria levantar cenários. Agora todos percebem que não há outro caminho sem ser melhorar o serviço. Se nos juntamos aos melhores para sermos melhores e esses melhores nos falham, no limite temos de encontrar soluções que passem por regressar a uma casa onde já fomos felizes: a casa de cada um. Mas isso é um cenário que neste momento não está em cima da mesa porque confiamos que a página vai ser mudada e que estamos a chegar ao último momento em que é possível aguentar uma sucessão de erros tão crassa”, assumiu o presidente da Câmara de Caminha.

Outro dos cenários que pode estar estar em cima na mesa na reunião com o ministro Matos Fernandes, admitiu Miguel Alves, é uma exigência de que os municípios possam ter mais poder executivo na empresa.

Miguel Alves salientou ainda que a parceria com a AdAM é 100% pública e deixou uma achega aos comentários que se têm feito sobre a eventual privatização: “Para aqueles que desejam privatizar a água, a eventual e hipotética dissolução da AdAM é uma boa notícia.”