Moledo é o “lugar perfeito” para homenagear António Pedro

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O escultor Pedro Figueiredo apresentou no Auditório António Pedro, em Moledo,  as obras resultantes da sua residência artística em Caminha, no âmbito do projeto AMAR O MINHO, promovido pelo consórcio MINHO IN,  com coordenação artística e de comunicação da Zet Gallery. Duas esculturas “Mulher-Cão” e “A Ilha do Anjo” homenageiam agora António Pedro, personalidade de Moledo, onde viveu a partir dos 4 anos, e figura maior do teatro, literatura e artes plásticas, que integrou a primeira geração de surrealistas portugueses. 

A homenagem foi feita no dia em que que se completaram 55 anos da morte de António Pedro. A Krisálida interpretou “Poema da Serra d’Arga”, da autoria de António Pedro. Coube depois à curadora, Helena Mendes Pereira, falar sobre o artista e sobre a inspiração das obras, que buscaram motivos no Forte do Cão, em Moledo, e no próprio vento.    

Coube depois ao artista apresentar os seus trabalhos. Pedro Figueiredo revelou que tentou “entrar” no mundo de António Pedro, que, disse, “foi criança aqui” e dai o Anjo, colocado no lugar mais alto, um anjo cujas asas formam um coração perfeito. Sublinhou que o lugar – Moledo – é perfeito e de grande beleza. Agradeceu também o acolhimento da Câmara de Caminha e destacou a colaboração dos profissionais do Município com os quais contactou ao longo da residência artística, que decorreu entre 9 e 16 de agosto, período em que trabalhou ao vivo no próprio Auditório António Pedro, produzindo uma peça em gesso direto, que ficará no Museu Municipal de Caminha.   

O presidente da Câmara agradeceu a todos os intervenientes e destacou a solução feliz encontrada para homenagear António Pedro: “queríamos algo que permitisse escrever novos capítulos e fomos felizes.” O conjunto escultórico produzido agora, sublinhou Miguel Alves, junta três realidades importantes: pedra, mar/céu e gentes.

A própria praia de Moledo é também uma espécie de galeria, disse ainda Miguel Alves, recordando que está presente na obra de vários autores. Além de António Pedro, entre outros, nomeou, Mário Césariny, Sara Afonso e Almada Negreiros. Miguel Alves lembrou também que a cultura e as artes estão sempre presentes na vivência do concelho e, neste momento, estão patentes por exemplo vários eventos e exposições, entre elas Arte na Leira, exposições sobre circunavegação, fotografia e história da Maçonaria, estando também a decorrer vários concertos que integram o programa cultural de verão do Município.     

“Somos um concelho que é capaz de questionar a cultura. Acho que António Pedro gostaria do que a obra é e do que vai ser e estou particularmente satisfeito pela forma como conseguimos homenageá-lo”, concluiu.