A primitiva ponte ferroviária do rio Neiva (1878), obra de Arte da Casa Eiffel & Cia, há 34 anos desaparecida

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Opinião #Rui Manuel Marinho Rodrigues Maia
Licenciado em História, mestre em Património e Turismo Cultural pela Universidade do Minho – Investigador em Património Industrial.

A construção da Linha do Minho arrancou em 1872, três anos depois inaugurava-se a sua chegada à cidade de Braga (1875), o concelho de Barcelos conhecia os auspícios do progresso em 1877 – sobre o rio Cávado ergueu-se uma belíssima ponte metálica, Obra de Arte da Casa Eiffel & Cia – dando serventia aos comboios para que estes seguissem em direção a Norte. A construção da Linha do Minho aproximava-se do distrito de Viana do Castelo, entrando por ele adentro através de mais uma ponte metálica da Casa Eiffel & Cia – a ponte do rio Neiva – assentava na margem Sul em território do concelho de Barcelos (Tregosa) e na margem Norte em território do concelho de Viana do Castelo (Barroselas). 

 

Em 1989 foi substituída, esventrada pela empresa Sorefame, desaparecendo de vez, tal como sucedeu com a primitiva travessia ferroviária do rio Cávado, ambas tiveram como destino a sucata. Em boa verdade, a ponte ferroviária de Barcelos esteve ao serviço na Linha do Minho cerca de 112 anos, ao passo que a ponte ferroviária do rio Neiva esteve menos um ano. Ambas, comemorariam por esta altura cerca de 145 anos de existência. A Linha do Minho tinha quatro pontes construídas pela Casa Eiffel & Cia; dessas, apenas duas existem – a travessia rodoferroviária de Viana do Castelo, sobre o rio Lima, e a travessia ferroviária do rio Âncora, em Caminha. Esta última, encontra-se abandonada.