“O Alto Minho é uma locomotiva da economia nacional”

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O ministro da Economia destacou a dinâmica industrial do Minho, considerando-a uma alavanca importante na região Norte. António Costa Silva realçou que se gerou “um ecossistema absolutamente extraordinário” no Alto Minho e, neste encadeamento, frisou a importância da aposta na qualidade dos recursos humanos.

A propósito da visita à ZF na zona industrial da Gemieira, António Costa Silva destacou a força da indústria de componentes em Portugal, em particular no Minho. “Em termos de mobilidade, não há um carro que circule no espaço europeu que não tenha pelo menos um componente que é produzido em Portugal e temos aqui um pilar dessa indústria de componentes. O ano passado, essa indústria gerou 12 mil milhões de euros nas receitas. Foi um recorde e no primeiro trimestre deste ano já aumentaram as exportações em mais 22,5 por cento, face a um ano que foi absolutamente extraordinário”, salientou, destacando a dinâmica industrial nos concelhos de Braga, Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. “É um quadrilátero a que estamos a dar toda a atenção para ajudar na transformação e a proporcionar esse desenvolvimento”, frisou, apontando como exemplo a inauguração da nova linha de sliconado na ZF, que foi apoiada no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.

“Aliás, a ZF participa numa das grandes agendas GreenAuto, para desenvolver a nova geração de produtos verdes para a industria automóvel”, declarou o governante, vincando que essa “transformação para o futuro” é “absolutamente indispensável”. Neste contexto, o governante elogiou a dinâmica industrial que se tem gerado no Alto Minho, apontando a região como “uma locomotiva da economia nacional”. “Tem um ecossistema absolutamente extraordinário que foi criado ao longo de décadas, que tem as empresas muito inovadoras e tecnológicas no seu centro”, realçou, destacando, ainda, a importância da Universidade do Minho, através da sua colaboração com as empresas. “Há empresas como a ZF, a Bosch ou outras, que têm realmente a capacidade de ter este ecossistema a funcionar, recebendo os bons recursos humanos da universidade, dialogando com ela para preparar esses recursos humanos para o presente e para o futuro e aumentando todas as capacidades a esse nível”, sustentou, garantindo que a qualidade dos recursos humanos tem sido “decisiva” para manter a atractividade do país em termos de investimentos.

“Temos recursos humanos bem qualificados, particularmente an área da engenharia e sem engenheiros não há transformação digital, não há desenvolvimento da sustentabilidade, que é outro elemento em que as empresas já estão a postar para a economia circular, minimizando o desperdício, reutilizando os materiais e ter muita atenção ao design e selecção de materiais iniciais. Podemos diminuir muito a pegada carbónica se tivermos esta mentalidade da economia circular e se desde o início tivermos essas preocupações”, salientou. Garantindo que estas mudanças “são muito importantes e significativas”, o ministro da Economia vinca que o Estado tem ajudado as empresas com investimento público, nomeadamente nas áreas da inovação e ciência. “O ano passado, o investimento em ciência e tecnologia atingiu um novo recorde e é muito importante para criarmos as infra-estruturas, recursos humanos e capacidades para fazer essa transformação”, sustentou, garantindo que no âmbito das mais de 50 agendas do PRR as empresas de todos os sectores da economia nacional estão a “desenvolver as fábricas do futuro”. “Muito mais digitalizadas, robotizadas, utilizadoras da impressão tridimensional, aumentando toda a capacidade e eficácia dos processos produtivos, mudando os processos de trabalho e modelos de negócio”, vincou, considerando, no entanto, que o aproveitamento destes financiamentos pode ser ainda mais rentabilizado, não só por parte das empresas, mas também por parte do estado.

“Estamos a travar uma luta grande para simplificar licenciamentos e processos para colaborarmos todos porque se tivermos um funcionamento integrado entre o sector empresarial e as instituições do Estado derem resposta rápida ao que as empresas apresentam e exigem em termos de projectos, as coisas vão funcionar ainda melhor. Estão a ser dados passos, mas têm que ser dados ainda mais no futuro”, alertou o ministro da economia.