“Médicos querem fechar o Serviço de Urgência em Viana”

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A Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) garantiu que não deliberou, até ao momento, sobre qualquer contratação de profissionais a empresas para suprir a falta de médicos que recusam exceder as 150 horas extraordinárias. Em resposta escrita a um pedido de esclarecimento enviado pela Lusa, o conselho de administração da ULSAM refere não ser “a primeira vez que os organismos de representação coletiva recorrem a não factos e inverdades para satisfazer objetivos que só os mesmos podem esclarecer”.

Para a administração da ULSAM, aquelas afirmações “são completamente falsas e difamatórias” e “qualquer instrumentalização difamatória que visivelmente esteja a ser efetuada encontrará o devido escrutínio e avaliação juntos dos tribunais competentes, nos tempos e termos da Justiça”.

“Objetivamente este conselho de administração, ainda que se reserve o direito de utilizar todos os meios legalmente admissíveis para cumprir com as competências e deveres que lhe estão acometidos, não deliberou até ao momento sobre qualquer contratação de profissionais a empresas”, sustenta a ULSAM.

A ULSAM lamenta que “apesar de todos os esforços no sentido de manter as negociações nos locais adequados e a dignidade dos profissionais, organismos e estruturas elevado, as mentiras com eco público” permaneçam.

“A qualidade da linguagem utilizada para o efeito decresce visivelmente, provavelmente de inversa proporcionalmente à falta de argumentos no que ao conselho de administração da ULSAM dizem respeito e ao desespero, atenta a esterilidade das estratégias utilizadas para que pela primeira vez na história desta unidade o Serviço de Urgência seja fechado aos utentes”, acrescenta.

Para a ULSAM, “atenta a falsidade e perturbação públicas decorrente destas notícias, e perante a posição dos médicos de indisponibilidade para prestar mais de 150 horas extraordinárias anuais, na sua maioria de recursos e a esta data já esgotadas, só se pode concluir que o único propósito das mesmas é procurar de alguma forma enviesada condicionar a avaliação de medidas e tomada de decisão pelo conselho de administração”.

A ULSAM assegura que também garantirá “a prestação de cuidados urgentes e emergentes aos utentes, que com toda a probabilidade resultariam em graves perigos para a saúde e vida dos utentes”. “A negação da prestação de cuidados de saúde urgentes e inadiáveis à população, por quaisquer meios legalmente admissíveis, é uma linha vermelha que não pode, nem deve, ser ultrapassada sob perda dos referenciais morais no plano social e éticos no plano individual. Esses cuidados, a não serem prestados, independentemente da justeza dos argumentos, não encontra igualdade de princípios, valores e bens jurídico-constitucionais a salvaguardar e, em último ratio não justificam de forma alguma a possibilidade de perda de vidas humanas, ou de acrescido sofrimento a quem necessita da prestação de cuidados de saúde”, afirma.

Face à “falsidade e falta de fundamento” do comunicado da FNAM, o conselho de administração da ULSAM apela “aos colegas, à Ordem dos Médicos e a todos os órgãos de representação nacional do setor” para que “o referencial ético da profissão seja salvaguardado e que não se permita que as urgências hospitalares cessem de funcionar por falta ou negação de prestação de serviços médicos”.