Vila Verde tem “muitas dúvidas” em relação à Unidade Local de Saúde de Braga

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A educação, a área social, as obras nos caminhos e estradas municipais e nas redes de saneamento e água pública dominam o próximo orçamento municipal de Vila Verde, que está cifrado em 49 milhões de euros. A ligação de Prado à zona industrial de Oleiros vai avançar no próximo ano, a expensas municipais, assim como a requalificação de três escolas e dois centros de saúde. A presidente da Câmara de Vila Verde manifestou “muitas dúvidas” em relação à criação da Unidade Local de Saúde de Braga e lamentou que o crónico problema de trânsito que “estrangula” o concelho não aviste luz ao fundo do túnel. Em entrevista ao Semanário Alto Minho, Júlia Fernandes deu ainda nota de um projecto piloto que promete “radiografar” o concelho para melhorar a produtividade agrícola e florestal de Vila Verde, manifestou novamente a disponibilidade de ajudar a trazer o Vilaverdense para “casa” e deixou ainda um “cheirinho” sobre a programação natalícia e algumas achegas à actual crise política.

Depois de ter assumido competências na educação e na área social, a Câmara de Vila Verde vai passar a ser responsável também por todos os equipamentos de saúde no concelho, a partir de janeiro de 2024. Nessa medida, a autarca indicou que pretende avançar com a requalificação dos centros de saúde de Vila Verde e de Cervães, porque os restantes já foram requalificados. “A requalificação do centro de saúde de Vila Verde vai ser financiado pelo PRR e a de Cervães será suportada exclusivamente pelo Município”, informou. Questionada sobre o impacto que o encerramento dos serviços de urgência tem tido na vida dos vilaverdenses, a autarca diz que o concelho “tem a sorte de ter um hospital da Misericórdia que funciona 24 horas por dia, com equipas médicas de excelência”.

A reestruturação do sistema de saúde prevê que Vila Verde faça parte de uma Unidade Local de Saúde, centralizada no Hospital de Braga. Esta nova ULS vai integrar Braga, Amares, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Póvoa do Lanhoso. A autarca de Vila Verde manifesta “muitas dúvidas” em relação à entrada em funcionamento desta ULS. “O Agrupamento de Centros de Saúde onde estamos funciona bem em termos de cuidados de saúde primários, as nossas unidades de saúde familiar funcionam muito bem. Estamos todos expectantes em relação a esta nova ULS e se não vamos perder qualidade nos serviços. Dou sempre o benefício da dúvida, por isso, vamos acreditar que as pessoas vão continuar a ter cuidados de saúde quando e onde precisam”, disse, frisando que os vilaverdenses têm médicos de família espalhados pelas sete unidades de saúde do concelho (Vade, Ribeira do Neiva, Escariz, Cervães, Prado, Vila Verde e Pico de Regalados).

Na educação, a autarca diz que a Câmara está com uma “despesa avultadísisma” nas refeições, transportes, ação social escolar e recursos humanos. “Nós recebemos uma parte do Governo, mas os custos dispararam. Há uma comissão que está a fazer o acompanhamento destas despesas, mas estamos a gastar mais do que estamos a receber”, disse. Apesar disso, a autarquia pretende avançar com a requalificação das escolas Monsenhor Elísio de Araújo, de Moure e Ribeira do Neiva. Júlia Fernandes referiu que a fatia orçamental destinada à educação e às funções sociais corresponde a mais de 40% do próximo orçamento municipal. “Nós sempre dissemos que as pessoas estão sempre em primeiro lugar, por isso, queremos acautelar as necessidades das pessoas para que sintam que vivem num concelho que se preocupa com elas”, realçou.

No primeiro semestre de 2024, a Câmara pretende lançar também a obra do Parque da Vila, requalificando toda a área exterior à Adega Cultural. O objectivo é ter um parque verde de lazer, com circuito de manutenção e parques infantis, para usufruto de pessoas de todas as idades.

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO DESTA SEMANA DO “ALTOMINHO”