Cláudia nasceu para ser uma minhota marota

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A concertina tem sido a “melhor amiga” de Cláudia Martins desde os oito anos, idade com que começou a cantar ao desafio. Natural de Guimarães, a artista popular, que está a celebrar os 15 anos do seu projecto “Minhotos Marotos” com o livro “Desgarradas, concertinas e tradições”, passou por Viana do Castelo e, em entrevista ao Semanário Alto Minho, recordou o início do seu percurso, o tempo em que deu aulas de concertina e as participações em romarias da região. Confidenciou ainda que faz mergulho para compensar o facto de não ter conseguido ser bióloga marinha.

Cláudia Martins passou a maior parte da sua vida em Atães, no concelho de Guimarães. Nasceu no seio de uma família numerosa. Do lado do pai, tem 11 tios e, do lado da mãe, tem seis. E foi o tio Jorge Martins, irmão do pai, que a “desgarrou” para a concertina porque precisava de alguém que tocasse o instrumento para o acompanhar nos cantares ao desafio. “Quando soubemos que ia abrir uma escola de concertinas em Atães, os meus pais inscreveram o meu irmão e eu, ao assistir a uma das aulas, disse que também queria aprender”, contou a cantora de 32 anos. Na altura com oito anos e já de concertina ao peito, Cláudia começou a ir com o tio aos encontros de cantares ao desafio e lembra-se que “não havia muitos jovens” a cantar este tipo de música. “Havia um certo preconceito dos jovens com a concertina e com a música popular”, assente a artista que contrariou essa tendência e, logo ao primeiro acorde, ficou fascinada com a concertina. “Achei logo uma sonoridade tão brilhante e alegre que quis aprender. Os meus pais achavam que era uma birra de criança ou uma brincadeira, mas passado um mês deram-me uma concertina e comecei logo a explorar o instrumento”, disse. “Lembro-me que mal chegava da escola, queria rapidamente acabar os trabalhos para me dedicar à música porque nenhuma outra actividade me deixava tão feliz quanto o poder estar a tocar concertina”, contou, no livro. “Eu tocava concertina em frente ao espelho, com um walkman de cassetes que estraguei a puxar a cassete para trás e para a frente”, continuou a cantora, que tinha como ídolo, naquela altura, Manuel Rocha.

 

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO DESTA SEMANA DO “ALTO MINHO”