“Nenhum clube do Alto Minho atingiu o nível do Atlético de Valdevez”

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João Caldas foi presidente do Limianos, mas foi ao leme do Atlético de Valdevez, que alcançou resultados fantásticos, subindo desde a distrital até ao campeonato da II Divisão Nacional, Zona Norte, onde se manteve durante quatro épocas. O dirigente utilizava os seus “contactos” para formar equipas de inquestionável qualidade, mas o entusiasmo pelos “jogadores e pela bola” saiu-lhe do corpo, com muito trabalho, e do bolso, com investimento sem retorno, que está devidamente calculado, mas prefere não revelar. O Atlético de Valdevez, com 64 anos de existência, foi extinto há 14 anos. Pela primeira vez e publicamente, João Caldas explicou o que originou esse desfecho, garantindo que o seu projeto era viável nessa altura e no futebol de hoje dava para colocar o clube na Liga 3, “no mínimo”.   

João Caldas é natural de Arcos de Valdevez, terra onde permaneceu até aos 13 anos. Depois experimentou, em Lisboa, o que viria ser a sua profissão como industrial de hotelaria. Contudo, a adaptação não foi fácil e regressou à sua terra no ano seguinte. Ficou em Arcos de Valdevez até aos 16 anos e depois voltou a Lisboa onde permaneceu durante 33 anos. “Já tinha os irmãos em Lisboa a trabalhar na hotelaria e segui esse caminho até ao final do serviço militar. Depois o nosso patrão ajudou-nos a abrir um grande restaurante em Lisboa, o Casarão, o verdadeiro, com mais de 400 lugares. Fiquei nesse restaurante durante 25 anos e só depois regressei a Arcos de Valdevez, devido a situações familiares, para abrimos uma quinta para casamentos, com o nome de Casarão”, recordou.