“Escrever uma notícia é como armadilhar uma bomba”

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João Basto é aos 27 anos um jovem padre vianense que demonstra que a batina já não é o que era. Fã “incondicional” de Ricardo Araújo Pereira, com quem partilha o mesmo estilo de sentido de humor e palco nos meandros literários, o padre João tem impulsionado a reestruturação do jornal Notícias de Viana, desempenhando simultaneamente outras funções que encara como “paróquias”. Neto de um comunista e de um homem de Direita, João Basto considera-os “um exemplo de vivência democrática”, por isso, tem dificuldade em entender a actual “cultura de cancelamento”. Assume-se como um “jornalista à força” ao leme do jornal da diocese de Viana do Castelo e admite que a função lhe tem agradado, principalmente pela capacidade de “armadilhar bombas”, através das notícias, mas também porque lhe permite contar histórias de quem não tem voz e, nessa medida, acredita que cumpre a sua missão de levar o evangelho às pessoas. Numa entrevista extensa, o padre João Basto “confessou-se” ao jornal Alto Minho, reflectindo ainda sobre o Cristianismo, a política, a solidão dos padres, o celibato, o escrutínio dos políticos e a importância de ter uma “paróquia de amigos”. Deixando fluir o seu sentido de humor inteligente, João Basto ainda assumiu a sua “doença” pelo Sporting, que partilha com o irmão mais novo, com quem diz que fez uma oferta pública de aquisição (OPA) ao céu.