“Enorme investimento” e novo estádio aumentaram em 14% o passivo do Município de Braga

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O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, afirmou que o passivo do município aumentou em 2023 devido ao “enorme” investimento realizado e aos acordos relativos à construção do novo estádio.

Segundo Ricardo Rio, o passivo do município aumentou 14% face a 2022, ou seja, mais nove milhões de euros, cifrando-se, em 2023, em 76,1 milhões de euros.

“Este aumento resulta, em primeiro lugar, do enorme volume de investimento concretizado em 2023, alinhado com a conclusão do programa comunitário Portugal 2020, que obrigou a acelerar a concretização financeira de vários projetos, sem que tenha ocorrido o reembolso da comparticipação comunitária”, explicou o autarca.

Esta situação, acrescentou, originou o crescimento da dívida a fornecedores (corrente e de investimento) que, no final do exercício de 2023, totaliza 18,8 milhões de euros, equivalendo, face ao período homólogo anterior, a um aumento de cerca de quatro milhões de euros.

Por outro lado, o passivo municipal é “negativamente influenciado”, em cerca de cinco milhões de euros, com os acordos finais estabelecidos e homologados pelo tribunal no âmbito da construção do estádio.

Segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, 148 municípios aumentaram o seu passivo exigível (dívida que deve ser paga dentro de determinado prazo) no ano passado, resultando no acréscimo global de 114,3 milhões de euros (+2,6%), enquanto outros 160 baixaram o valor da dívida a pagar.

O aumento da dívida exigível verificou-se sobretudo em nove distritos e na Região Autónoma da Madeira, com destaque para o de Lisboa, onde cresceu 159,2 ME.

Por municípios, o Anuário destacou a contribuição dos municípios de Braga (+19,1 ME) e de Coimbra (+16,6 ME) para o crescimento desta dívida.

Ricardo Rio sublinhou que a conferência para a apresentação do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2023 foi efetuada hoje e que o documento ainda não foi disponibilizado.

“Por isso, não conseguimos validar os dados”, rematou.

O Anuário é da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (CICF/IPCA), com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados e do Tribunal de Contas.