“O povo do Alto Minho é muito grato ao Papa Francisco”

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A morte do Papa Francisco está a comover todo o mundo e no Alto Minho são muitos também os que choram a partida do bispo de Roma, acreditando que o seu pontificado continuará a dar “frutos”. Os que tiveram a oportunidade de estar com ele, elogiam-lhe a “simplicidade, humanismo e proximidade”, a sua alegria e bom humor, a sua capacidade de relativizar os problemas e um “lado de pároco” que gostava de estar e cumprimentar todos.

O bispo de Viana do Castelo teve a oportunidade de reunir algumas vezes com o Papa, em Roma, e também quando Francisco visitou Portugal, no centenário das aparições de Fátima e na Jornada Mundial da Juventude. “Foram sempre experiências muito enriquecedoras porque ele, como bispo de Roma, tinha uma relação muito profunda, cristã e afectiva connosco. Ele parecia um pároco na aldeia a ajudar um colega a caminhar na sua vida pastoral, era muito atencioso e muito disponível para atender às questões que lhe colocavam. Ele escutava muito e tinha sempre uma palavra de muita esperança e optimismo”, descreveu D. João Lavrador, considerando Francisco como um “homem com uma firmeza evangélica profunda”.

O monsenhor José Caldas, actual pároco de Arca e Ponte de Lima, foi um espectador privilegiado da eleição do Papa Francisco, em 2013, e teve a oportunidade de o cumprimentar no dia em que foi eleito. “Estava em Roma a trabalhar na Congregação para a Educação Católica e era também reitor do Pontifício Colégio Português, que é a casa dos bispos de Portugal quando vão a Roma e mormente dos nossos cardeais. A partir da renúncia do Papa Bento XVI, preparou-se o conclave para março de 2013, que contou com a participação do nosso cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo. Eu era o motorista dele, acompanhei-o várias vezes para as reuniões antes do conclave e depois levei-o para o início do conclave”, contou o pároco de Ponte de Lima, partilhando uma curiosidade que “unia” o cardeal patriarca português e o cardeal argentino que viria a ser Papa: “Ambos foram ordenados cardeais no mesmo dia e sentaram-se lado a lado na Capela Sistina.”

O padre Renato Oliveira, actual pároco em S. Romão de Neiva, que estudou Sagrada Liturgia em Roma entre 2020 e 2024, foi outro alto minhoto que conviveu com o Papa Francisco e teve a oportunidade também de co-celebrar eucaristias com ele. “No total, tive a oportunidade de o cumprimentar pessoalmente sete vezes. Foram sempre experiências absolutamente incríveis e tocantes”, garantiu. A primeira vez que Renato Oliveira esteve com o Papa foi pouco tempo depois da morte trágica de D. Anacleto Oliveira, anterior bispo de Viana do Castelo.