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“Último concurso para médicos de família foi uma desgraça”
Médico de família há 40 anos, em regime de exclusividade no Serviço Nacional de Saúde, José Manuel Cunha começou a trabalhar no Alto Minho há cerca de 30. Começou por dar consultas em Monção, foi director e inaugurou o actual centro de saúde de Darque e orgulha-se de ter sido um dos principais impulsionadores da primeira Unidade de Saúde Familiar do concelho de Viana do Castelo. José Manuel Cunha fez parte da administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho e lamenta a “politização” das decisões na Saúde.
Ciente da realidade dos cuidados de saúde primários no distrito, o médico de 64 anos, que também é o presidente da Assembleia da União de Freguesias de Viana do Castelo, alerta para o “perigo” de haver utentes que podem ficar sem médico de família, atendendo à forma como têm sido lançados os concursos.
José Manuel Cunha assegura que no Alto Minho o número de utentes sem médico de família é residual, mas alerta que esse é um cenário que está em “perigo” lançados os concursos.
“O último concurso para médicos de família, em 2024, foi uma desgraça porque o novo Ministério descentralizou-o para as Unidades de Saúde Local. Nós procuramos pôr os critérios mais simples, mas demorou dois ou três meses. Nós pedimos quatro vagas, para colmatar duas aposentações e para que duas médicas, em mobilidade, fossem tapar outras duas aposentações. Deram-nos uma vaga, portanto, só tapamos uma aposentação (…) neste último concurso, houve cerca de 40% das vagas que não foram ocupadas porque demorou muito tempo”, lamentou, indicando que, com a mudança de Governo e da comissão executiva do Serviço Nacional de Saúde, o relacionamento institucional também se alterou.