A meteórica ascensão do Futsal feminino da CP Freixo 

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Depois de vários anos inativa, a equipa de futsal feminino da Casa do Povo de Freixo voltou há cinco anos e pode-se dizer que regressou com todo o gás. Num projeto que tinha, e tem, a formação de atletas como um dos pilares do clube, rapidamente conseguiu chegar ao topo do futsal feminino nacional. Depois de ter começado a competir nos campeonatos distritais, não demorou muito até a qualidade vir ao de cima e com ela as repetidas subidas de escalão. Nas últimas três épocas, Freixo fixou-se na II Divisão Nacional e foi nesta temporada que o clube conseguiu alcançar aquilo que há poucos anos parecia um sonho distante: a subida à I Liga, o principal escalão do futsal feminino português.

Com um plantel recheado de talento, com muitas atletas formadas no clube e outras tantas veteranas cheias de experiência, a equipa sénior começou a sua campanha no segundo escalão com o pé direito. Com 14 partidas jogadas na fase regular da série norte, a equipa minhota terminou em terceiro lugar, registando oito vitórias, três empates e três derrotas, o suficiente para passar à fase de apuramento de campeão que juntou as quatro melhores equipas da zona norte com as quatro melhores equipas da zona sul. Foi já nessa segunda fase da temporada que a equipa de Freixo conseguiu um brilharete, perdendo apenas uma única vez nos 14 jogos. A jogar um futsal digno de I Liga, a equipa limiana venceu dez jogos e empatou três, o que lhes garantiu o segundo lugar na fase de apuramento de campeão e consequentemente a subida de divisão. 

Ao longo dos 28 jogos é de destacar nomes como o da jogadora Natacha Lacerda. A atleta, que já passou por equipas como Santa Luzia e o Limianos, marcou uns incríveis 29 golos, registando uma média de mais de um golo por jogo. Tal como Natacha, também Miriam Bastos se fez notar. Com apenas 17 anos, a ala/pivot produto da formação, deu várias dores de cabeça às adversárias, tendo sido uma das peças mais importantes da temporada. 

Durante toda a caminhada da equipa, há quem diga que Freixo jogou sempre com seis em vez de cinco jogadoras, se forem contabilizados os adeptos que nunca faltaram com apoio. Fosse perto ou longe, os adeptos estiveram sempre presentes e, segundo as jogadoras e Armindo Brandão, treinador da equipa, “ninguém tem adeptos como o Freixo”.

No entanto, com a subida de divisão, vieram também algumas preocupações em relação às condições do pavilhão onde a equipa faz os seus jogos. Obrigadas a respeitar certas exigências que a I Liga requer, a equipa, o clube e os adeptos receiam ter de ir jogar para outro pavilhão, por falta de condições. Com esta possibilidade à vista, Armindo Brandão não demorou a apelar ao Município de Ponte de Lima para que ajude “em pequenas obras” no pavilhão.

A próxima época traz uma nova realidade e um novo nível de exigência, mas “em Freixo ninguém vira a cara ao desafio”. O clube prepara-se agora para partilhar o palco da I Liga com o Santa Luzia e, tal como diz Ricardo Felgueiras, presidente da AFVC, “quem sabe se daqui a uns tempos não temos duas equipas do distrito de Viana do Castelo a lutar pelo titulo”.