
“Choraram de emoção porque realmente somos irmãos…”
Fátima Gomes, presidente da Casa do Minho no Rio de Janeiro, não escondeu a emoção na despedida do grupo da sua digressão por Portugal no arraial no Santoinho. “O Santoinho mora no nosso coração e mora no coração da Casa do Minho e do Rancho Maria da Fonte. Por isso, fazer a última actuação na nossa digressão no Santoinho com o público a aclamar o Rancho Maria da Fonte faz o meu coração explodir de alegria”, vincou, realçando que o grupo foi abordado e felicitado por muitos emigrantes portugueses que no mês de agosto passaram férias em Portugal e que puderam testemunhar o rigor do trajes e das danças do Rancho Maria da Fonte em alguns arraiais. “Elogiam a prestação do grupo. É fruto de muito trabalho, dedicação e empenho. Os elementos do grupo fazem um grande esforço para participar da melhor forma, mas quando se faz o que se ama a tendência é alcançar a perfeição”, declarou, mostrando-se agradada também por ver que o arraial original de Santoinho “tem cada vez mais sucesso”.
“Quem vem ao Santoinho relembra as tradições dos seus antepassados, passa um bom bocado em família ou com os amigos… é um verdadeiro arraial, que não perdeu a essência”, vincou, fazendo um “balanço muito positivo” da passagem da digressão do Rancho Maria da Fonte por terras lusas. “Apresentámo-nos em vários festivais e fomos sempre muito bem recebidos. O nosso trabalho que é feito no Brasil foi reconhecido em Portugal. Somos considerados um rancho português em terras brasileiras e isso é uma honra”, notou.
Valdemar Cunha, presidente da Fundação Santoinho, ficou comovido por poder concretizar a promessa feita a Agostinho dos Santos, na altura presidente da Casa do Minho no Rio de Janeiro. Sem apoios, a fundação que lidera financiou a estadia, deslocações e refeições dos elementos do grupo na visita a Portugal. “Fiquei muito, muito feliz por termos proporcionado estes momentos com o Rancho Maria da Fonte. Demos cumprimento a uma palavra de honra que tínhamos proferido na altura em que José Maria Costa era presidente da Câmara. Acordamos que os 100 anos da casa do Minho e os 75 do Rancho Maria da Fonte iam comemorar-se em Santoinho. Infelizmente, o actual presidente da Câmara não quis dar seguimento à promessa. Lamento muito, mas foi uma pedrada do charco. As pessoas não têm noção do valor do Rancho Maria da Fonte e da Casa do Minho”, vincou, frisando a forma como estas instituições, sediadas bem longe de terras lusas, mantêm “a história, a alma e a saudade” da região minhota. “A Casa do Minho é a única casa comunitária. O rancho tem juvenis, seniores e veteranos e têm salas onde ensaiam duas vezes por semana”, comentou, destacando o rigor com que o grupo, com 75 anos, se apresenta com os trajes em palco e como executa as várias danças. “Mantêm todos os pormenores da autenticidade e os próprios directores de grupos de Viana salientam isso”, vincou Valdemar Cunha, enaltecendo a forma como os elementos do grupo também viveram o arraial de Santoinho, que a Casa do Minho também organiza no Rio de Janeiro. “Depois das actuações, os elementos do grupo choraram de emoção porque realmente somos irmãos e esta ligação à festa está perpetuada. Ver os quatro grupo residentes no Santoinho a confraternizar com o Rancho Maria da Fonte é fantástico. Puderam conviver, trocar impressões, a ver como funcionam… tudo isto é cultura”, salientou.