Viana às voltas com a Volta e a loucura dos baloiços no Alto Minho

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Nas redes sociais, começou a circular a informação de que Viana do Castelo vai receber no dia 28 de setembro a primeira etapa da Volta a Portugal especial preparada para este ano pandémico. Ora, essa informação contraria as declarações do presidente da Câmara de Viana do Castelo que afirmou estar cancelado até 30 de setembro qualquer tipo de evento no concelho. Esta terça-feira, fonte da autarquia reafirmou essas declarações e até ficou surpreendida pela informação discriminada de todas as etapas, incluindo que a primeira, marcada para o dia 28, é a segunda mais longa da Volta e liga Montalegre a Viana do Castelo, numa extensão de 180,1 quilómetros. De acordo com a autarquia, a Volta a Portugal em Viana só em 2021, “se estiverem reunidas todas as condições de saúde pública”.

Há dois dias, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo anunciou que edição especial da Volta a Portugal deste ano vai incluir uma etapa com meta no alto da Senhora da Graça, em Mondim de Basto. Acrescentou que essa será a segunda etapa da prova e frisou que esta é a “primeira confirmação” do alinhamento desta Volta especial marcada entre 27 de setembro e 5 de outubro. Além disto, a FPC refere, em comunicado, que esta edição adaptada da Volta, com um prólogo e oito etapas, teve “um excelente acolhimento das câmaras municipais contactadas para integrarem o itinerário” e que “decorrem com normalidade os trabalhos para a organização da prova”. “Oportunamente serão comunicados os detalhes desta Volta a Portugal, que, em 2020, pretende ser especial e inspiradora, um símbolo de um país que supera adversidades para celebrar a vida através do desporto”, remata a Federação.

Perante isto, resta saber se há informação privilegiada por parte de quem publicou a informação ou se será este mais um caso de fake news que proliferam nas redes sociais?

O que não é fake é a quantidade de gente interessada em baloiçar virada para a paisagem do Parque Nacional da Peneda-Gerês e de Vila Nova de Cerveira banhada pelo rio Minho. A afluência tem sido tanta que as autoridades viram-se, recentemente, forçadas a proibir o acesso num dos baloiços e a colocar dispensadores de álcool-gel nos seus acessos.

O baloiço do Mezio, em Arcos de Valdevez, está a 650 metros de altitude, na freguesia de Cabana Maior, no coração do Parque Nacional da Peneda Gerês. Custou cinco mil euros, foi inaugurado a 11 de julho e, em pouco mais de um mês, já recebeu mais de 15 mil visitantes, sendo uma larga percentagem de espanhóis. “Tem sido fantástico. Num curto espaço de tempo ultrapassámos, largamente, as 15 mil pessoas. Durante a semana passam pelo baloiço entre 400 a 500 pessoas. Ao fim de semana são entre duas a três mil pessoas. Muitas vêm de longe para andar no nosso baloiço gigante”, informou o presidente da Junta de Freguesia e do Conselho Diretivo de Baldios de Cabana Maior, Joaquim Campos.

A mais de 50 quilómetros de distância, em Vila Nova de Cerveira há outro baloiço muito procurado e que recebeu o nome de “Cerlove”. Este baloiço custou “pouco mais de mil euros” e está instalado no monte do Crasto, na Serra da Gávea, considerado “o berço de Cerveira”. O Cerlove foi construído em madeira pela União das Freguesias de Vila Nova de Cerveira e Lovelhe e  está junto ao miradouro do Cervo. O autarca Constantino Costa já perdeu a conta aos visitantes: “São aos milhares. Não faço ideia. Aos fins de semana a GNR tem de cortar o trânsito porque é uma loucura. É carros para cima e para baixo. Entope tudo. As filas de pessoas chegam a ter centenas de metros. Nunca se viu tanta gente em Vila Nova de Cerveira”, apontou o autarca, frisando que, apesar da fama de baloiço, não dá para balançar. “É uma escultura, não é um baloiço. Não é para baloiçar. É para sentar e tirar fotografias”, explicou, acrescentando que o objetivo da estrutura, com sete metros de altura e cinco de largura, é mostrar a “paisagem única” que se avista do alto de Crasto. “Não há outro lugar que tenha paisagem igual à nossa. Não é para me gabar. Consegue ver-se o rio Minho, as ilhas da Boega e dos Amores, a Galiza, vê-se o oceano Atlântico, é um sonho. Os espanhóis ficam encantados”, assegurou.