
Óquei de Barcelos “muito inteligente” iguala final
O Óquei de Barcelos venceu o FC Porto por 3-1, após prolongamento, e empatou a final do campeonato nacional de hóquei em patins, num grande jogo, muito equilibrado e com grandes exibições dos guarda-redes. “Foi um jogo como eu estava à espera, o FC Porto veio jogar um pouco com a nossa pressão de termos que ganhar jogo, a arriscar pouco e a dar-nos poucas transições, a fazer um jogo muito calculista. Nós fizemos um jogo muito inteligente, foi um jogo muito fechado e equilibrado. Na primeira parte tivemos as melhores ocasiões para fazer golo. O lance do golo do FC Porto é mérito deles, estamos a jogar com o campeão nacional, não é uma equipa qualquer. Depois, no prolongamento, conseguimos vencer o jogo o que assenta perfeitamente à minha equipa”, comentou o treinador do Óquei de Barcelos, Rui Neto, acrescentando:
“Ao meter mais intensidade, colocava mais dificuldades ao FC Porto? Sim, mas isto é como a teoria do cobertor, se tapa de um lado, destapa do outro. O jogo foi muito tático, o FC Porto estava à espera que nós aumentássemos a intensidade de jogo, que arriscássemos para perder bolas e dar transições e logo após o 1-0 demos três ou quatro transições ao FC Porto com dois contra um. Vai ter garantidamente quatro jogos, mas se me perguntar se puder ser campeão com cinco jogos eu digo que sim. Agora, o FC Porto tem o fator casa a seu favor, mas eu já disse que para sermos campeões vamos ter que ganhar um jogo no Dragão.”
“O próximo jogo não é decisivo, mas é muito importante. Quem vencer colocará a outra equipa sob pressão. Equipa mais concentrada? Sim, foi muito importante e foi a chave da vitória. No primeiro jogo terá havido menos foco, menos concentração. Isto parece tudo fácil chegar onde chegámos, mas a equipa acusou alguma pressão de estar na final no primeiro jogo. Hoje sabíamos que não podíamos cometer os mesmos erros porque estávamos a jogar com uma grandíssima equipa, tínhamos que ser inteligentes e pacientes, defender muito bem”, realçou.
Luís Querido pôs os minhotos na frente a abrir a segunda parte (28), mas Gonçalo Alves empatou para os portistas, com um golo no último minuto (50), levando a partida para prolongamento.
Neste período, Miguel Rocha, de livre direto, voltou a colocar a equipa da casa na frente (53) e Pol Manrubia sentenciou o resultado (59), empatando, assim, a final do campeonato, disputada à melhor de cinco, após a vitória do FC Porto, campeão em título, no primeiro jogo, em casa, por 4-3, no último sábado.
O próximo jogo, marcado para o Dragão Arena, no Porto, será no domingo, às 18:00.
Além dos golos, houve outro fator decisivo para o triunfo dos barcelenses que foi a grande exibição do seu guarda-redes, o argentino Conti Acevedo, que se constituiu como uma autêntica ‘muralha’.
Num jogo muito equilibrado, em que os guarda-redes das duas equipas se exibiram a alto nível, os minhotos, três vezes campeões, a última das quais em 2000/01, e atuais campeões europeus, fizeram valer o fator casa e o ambiente frenético vivido num lotado pavilhão municipal de Barcelos.
O Óquei de Barcelos entrou melhor e podia ter marcado por Danilo Rampulla e Miguel Rocha, este com um gesto técnico fabuloso, rematando de costas, por entre as pernas, para grande defesa de Xavi Malián.
Rafa respondeu para o FC Porto, mas foi a vez de Conti Acevedo fechar a baliza dos minhotos (10). FC Porto beneficiou de um livre direto pouco depois, mas Gonçalo Alves atirou ao poste.
A seguir foi o Óquei de Barcelos a desperdiçar, agora um penálti, com Luís Querido a permitir a defesa a Xavi Melián.
A segunda parte abriu na mesma toada, mas logo aos três minutos Luís Querido desferiu um remate rasteiro de muito longe e abriu o marcador para o Óquei de Barcelos.
Aos 31, Miguel Rocha quase fez o segundo em contra-ataque, mas Malián voltou a fechar a baliza dos ‘dragões’.
Os ‘dragões’ estiveram muito perto do empate logo a seguir, mas Conti Acevedo fez enorme defesa a remate de Ezaquiel Mena (32).
O FC Porto carregou muito na fase final, o Óquei de Barcelos recuou em demasia e só um enorme espírito de entreajuda da equipa minhota, para além da fabulosa exibição de Acevedo, conseguiu adiar o golo de Gonçalo Alves.
Já dentro do último minuto da partida, quase sem oposição, o internacional português tentou por três vezes de meia distância até que marcou, obrigando a prolongamento.
Aqui, no início da primeira parte, o Óquei de Barcelos beneficiou de um livre direto e Miguel Rocha não desperdiçou o castigo máximo, dando nova vantagem à equipa da casa (53).
O FC Porto arriscou tudo e prescindiu do guarda-redes para tentar a superioridade numérica com cinco jogadores de campo, mas perdeu a bola num dos ataques e, com a baliza deserta, Pol Manrubia não teve dificuldades em fazer o terceiro dos minhotos.
Após o golo, instalou-se a confusão junto do banco do FC Porto e o seu treinador, Ricardo Aires, foi expulso.
Jogo no Pavilhão Municipal de Barcelos.
Óquei de Barcelos – FC Porto, 3-1 (após prolongamento).
Ao intervalo: 0-0.
Ao intervalo do prolongamento: 2-1
Após final do prolongamento: 3-1.
Marcadores:
1-0, Luís Querido, 28 minutos.
1-1, Gonçalo Alves, 50.
2-1, Miguel Rocha, 53 (livre direto).
3-1, Pol Manrubia, 59.
Com arbitragem de Joaquim Pinto e Carlos Correia, equipas alinharam:
– Óquei de Barcelos: Conti Acevedo, Pol Manrubia, Danilo Rampulla, Luís Querido e Miguel Rocha. Jogaram ainda: SAnti Chambella, Pedro Silva, Vieirinha.
Treinador: Rui Neto.
– FC Porto: Xavi Malián, Eduard Lamas, Rafa, Carlo Di Benedetto Gonçalo Nunes. Jogaram ainda: Telmo Pinto, Ezaquiel Mena, Hélder Nunes.
Treinador: Ricardo Ares.
Assistência: cerca de 2.000 espetadores.