Desfile de críticas por causa da Mordomia na Agonia

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A menos de uma semana do início da Romaria d’Agonia, estalou o verniz por causa do Desfile da Mordomia. O mal estar em relação à forma como decorreu o processo de inscrição das mulheres no desfile já ecoava há algum tempo nas redes sociais e acabou por chegar à reunião de Câmara, motivando uma declaração do presidente da Viana Festas a refutar as acusações de favorecimento de inscrições, alegando estar a circular “uma campanha de desinformação assente em factos falsos”. Entretanto, formou-se um movimento informal de mulheres, que criou a página “Somos todas mordomia”. Estão descontentes por terem ficado de fora das inscrições que, segundo a Viana Festas, esgotaram em “dois dias, 20 horas e 10 minutos”. Na reunião de Câmara, uma dessas mulheres apelou para a organização da romaria abrir mais vagas. O mesmo apelo já surgiu também numa carta assinada por Ivo Rua, coleccionador de trajes, para que se faça justiça ao lema “Somos todos Romaria”.

“A organização do desfile entendeu estabelecer um limite de figurantes, que foi fixado em 1000 elementos para 2025, isto porque a estrutura organizativa, com os elementos e espaços que lhe são afectos e de que pode dispôr, não permite maior número. Assim decidiram estabelecer o período para as inscrições de 16 a 30 de junho. Contratou a empresa HOVO Comunicativo, agência de comunicação de Ponte de Lima, para prestar esse serviço. A procura foi de tal forma avassaladora que, no curto espaço de dois dias, 20 horas e 10 minutos, foram preenchidas todas as 1000 vagas”, explicou Manuel Vitorino, presidente da Viana Festas e vereador da Cultura, durante a mais recente reunião de Câmara, em resposta às questões de vereadores da oposição. “Na inscrição, cada elemento teve de apresentar uma fotografia envergando o respetivo fato e identificar-se. E com o mesmo mail só é possível fazer três inscrições. Após isso, os membros da Viana Festas procedem à análise de todos os elementos para saber se as candidatas satisfazem os requisitos exigidos. As pessoas que fazem essa análise são elementos idóneos, experientes e conhecedores de diversos trajes vianenses. Isto não é feito com base no Chat GPT ou pelas redes sociais”, acrescentou Manuel Vitorino, dando nota que, após essa análise, constatou-se que 32 das 1000 inscritas não cumpriram os requisitos exigidos. “Por isso, os responsáveis da Viana Festas decidiram abrir inscrições a partir 20 horas do dia 17 julho. Em escassos segundos foram preenchidas”, contou, dando nota de que “houve tentativa de acesso de 300 pessoas”.

“A Viana Festas desconhece se existe uma fábrica de fatos regionais em Lisboa e é inteiramente falsa a afirmação de que metade das vagas foi preenchida por uma fábrica de fatos regionais de Lisboa”, assegurou.