A “realidade é dura” para os empresários turísticos minhotos

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Os empresários turísticos da região do Minho exigem medidas de apoio especificas ao setor, nomeadamente: empréstimos a fundo perdido ou sem juros; isenções fiscais durante, pelo menos, 6 meses; redução ou isenção temporária da TSU; apoio às rendas; maior apoio aos sócios gerentes; e isenção do pagamento por conta.

Estas exigências surgem após a divulgação do inquérito promovido pela APROTURM (Associação dos Profissionas de Turismo do Minho) que realça que entre junho e setembro de 2020, nove em cada 10 empresas mantiveram o normal funcionamento, mas indicaram quebras de faturação superiores a 80% relativamente ao período homólogo. Seis em cada 10 empresas não demonstram liquidez financeira de curto prazo e 1/3 destas pondera a extinção definitiva da empresa até final de 2020, colocando em risco, no mínimo, 127 postos de trabalho, regista ainda o relatório, que revela que seis em cada 10 empresas recorreram a apoios financeiros no âmbito da COVID-19, contudo “quareo em cada cinco empresários consideram os apoios financeiros existentes inadequados”. Segundo dados do INE (2020), Portugal apresentou, entre janeiro e setembro de 2020, um decréscimo de 61,3% no total das dormidas e uma retração negativa de 55,8% no total das receitas turísticas (BdP2, 2020) em comparação com o mesmo período do ano de 2019. No mesmo sentido, segundo dados do Turismo de Portugal (2020), a população empregada, no 3o trimestre de 2020, nos setores do Alojamento e Restauração, decresceu cerca de 14,7 % (a economia nacional decresceu cerca de 3%), o que representa a perda de 49,2 mil empregos diretos, quando comparado com período homólogo.

Segundo a APROTURM, o retrato negativo atrás espelhado expressa uma contração significativa da sua atividade económica, pelo que se torna urgente a necessidade de instrumentos específicos de apoio que permitam mitigar os seus impactos económicos e sociais no total da economia portuguesa, nomeadamente a falta de liquidez, no curto prazo, para fazer face aos custos correntes de funcionamento nos próximos meses.

“A realidade é dura, contudo destaca-se a resiliência e persistência dos empresários turísticos minhotos na luta pela manutenção das suas empresas e consequentes postos de trabalho assegurados, perspetivando-se, nos próximos 12 meses, uma criação líquida de emprego positiva, particularmente nos setores da Restauração, Alojamento e Animação turística e, com maior evidência, nos concelhos de Braga, Póvoa de Lanhoso, Valença e Barcelos”, destaca a associação, acrescentando: “Não obstante uma forte utilização das linhas de apoio financeiro disponibilizadas no âmbito da COVID-19, 4 em cada 5 empresários consideram os apoios financeiros disponíveis inadequados às necessidades e realidades das empresas, tornando-se óbvio que é necessário existirem apoios urgentes especificamente pensados e desenhados para o setor do turismo.”