Documentário “Confinados no rio Minho” mostra o impacto do encerramento das fronteiras no Alto Minho

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O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho vai lançar o documentário “Confinados no rio Minho”, com testemunhos de trabalhadores, empresas e população do território que “continuam a sofrer um duplo impacto na sua rotina”.

“Por detrás das perdas económicas, das viagens de centenas de quilómetros a mais para trabalhar e dos gastos em combustível e de tempo, há histórias pessoais bastante emotivas que são o exemplo do que acontece aos cerca de 6.000 trabalhadores afetados por esta medida”, refere o AECT em comunicado. O documentário, que será lançado nas próximas semanas, pretende “dar voz”, a essas pessoas.

“Com esta iniciativa pretende-se atribuir um rosto e um nome às diferentes dificuldades causadas pela existência de apenas um ponto de passagem autorizada em regime permanente (24h) entre o Alto Minho e a Galiza”, explica o AECT Rio Minho.

O “objetivo é difundir e partilhar o documentário junto do maior número de pessoas e autoridades de Portugal e de Espanha, assim como com a Comissão Europeia, pelo que será legendado em português, galego e inglês”.

“Neste momento, já está a circular um ‘teaser’ nas redes sociais da província de Pontevedra, do ‘Smart’ Minho e das autarquias do AECT”, especifica a nota.

O “documentário “Confinados no Rio Minho”, produzido pelo AECT foi elaborado pelo diretor, realizador, guionista e ator Suso Pando”.

Com “uma duração aproximada de 60 minutos e, com imagens do território transfronteiriço, recolhe testemunhos na primeira pessoa de quem viveu o impacto do encerramento da fronteira no primeiro confinamento devido à covid-19”.

O filme “apresenta uma visão económica e institucional das reivindicações pela abertura das várias travessias, insistindo na máxima de que o Minho é um território muito dinâmico economicamente, com uma interdependência secular enorme entre ambas as margens do rio, e com uma fronteira que representa 5% do total de quilómetros entre Portugal e Espanha, mas que assume 50% do tráfico de veículos”.

O ‘teaser’ que já foi lançado apresenta três testemunhos em dois minutos.

Um deles é o de Noélia Salgueiro, residente em Valença e trabalhadora em Tui. Ela explica que, “durante o primeiro confinamento e encerramento de fronteiras, teve de deixar a sua residência em Portugal com o filho mais novo para se instalar na casa dos pais, em Tui, durante um mês e meio, separando-se do resto da família, uma vez que problemas administrativos não lhe permitiam passar o controlo fronteiriço”. “Espanhóis e portugueses estamos todos misturados. As autoridades não sabem como se vive nesta zona”, refere, no filme.

O “Confinados no rio Minho” resulta da ação-piloto do Observatório das Dinâmicas Transfronteiriças – ODT -, que pretende ser “um instrumento de apoio à decisão, com o objetivo de estruturar informação e melhorar o conhecimento da realidade socioeconómica do território do AECT Rio Minho, no âmbito do projeto REDE_Lab_Minho, cofinanciado pelo Interreg V A”.