“Inferno nas fronteiras causa profundos prejuízos para o Alto Minho e situações insustentáveis para os trabalhadores portugueses”

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O PCP voltou a questionar o ministro da Administração Interna sobre o encerramento de fronteiras entre o Alto Minho e a Galiza e as consequências que esta medida está a ter na região transfronteiriça.

Na origem da pergunta dirigida pelos deputados Diana Ferreira e António Filipe a Eduardo Cabrita, “está um conjunto de denúncias e insatisfações com esta situação, designadamente as longas filas ontem [terça-feira] verificadas no ponto de passagem Valença-Tui”.

“A fila para entrar em Portugal atingiu vários de quilómetros (dezenas de quilómetros, de acordo com informação que chegou ao grupo parlamentar do PCP), sendo que a passagem pelo controlo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) demorou uma média de duas horas”, referem os deputados.

Na terça-feira, o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho classificou de “inferno” o “ambiente” vivido na fronteira entre Valença e Tui, na Galiza, e apelou ao fim do “calvário” de trabalhadores e empresários transfronteiriços.

“Os responsáveis políticos por esta ruína socioeconómica transfronteiriça têm de assumir as suas responsabilidades”, sustenta o agrupamento.

Na sexta-feira, o Ministério da Administração Interna (MAI) avançou que o controlo de pessoas nas fronteiras terrestres e fluviais entre Portugal e Espanha vai prolongar-se por mais 15 dias, mantendo-se em todos os Pontos de Passagem Autorizados (PPA) os horários e as regras estabelecidas.

Na carta enviada ao ministro da Administração Interna, os deputados do PCP destacam “a espera de hora e meia” dos trabalhadores transfronteiriços na fila de atravessamento da ponte internacional, situação que os impediu de “cumprir o horário de trabalho, havendo mesmo situações referidas de duas horas e meia de espera na fila”.

“Esta situação causa profundos prejuízos à região do Alto Minho e gera situações insustentáveis para os trabalhadores portugueses que têm que atravessar a fronteira para trabalhar, mas também para os micro, pequenos e médios empresários da região”, reforçam os comunistas.

O PCP lembra que “tem insistido na necessidade de o Governo definir medidas e apoios para retomar a atividade económica em segurança, bem como apoios a todos os atingidos pela epidemia”.

“O PCP tem ainda dado grande destaque à necessidade de o Governo assegurar condições para a rápida vacinação de toda a população, incluindo por via da diversificação da aquisição e pela produção própria de vacinas no nosso país”, acrescenta a carta.