Investimento de 430 mil euros requalifica rede de água com 50 anos em Melgaço

0
319

A rede de abastecimento de água da vila de Melgaço, com mais de 50 anos e uma extensão de 4,54 quilómetros vai ser alvo de obras de remodelação orçadas em cerca de 430 mil euros, foi hoje divulgado. Segundo a Câmara de Melgaço, a intervenção “irá beneficiar 4.107 pessoas e contribuirá para uma redução das perdas reais de 5,44%”.

A autarquia, presidida pelo socialista Manoel Batista, salienta que a intervenção permitirá “a redução da carga nos esgotos, a melhoria da satisfação do cliente através da qualidade do serviço e da garantia de água em quantidade, qualidade e pressão suficientes”. A empreitada resultará ainda “na redução dos riscos para a saúde e uma maior segurança no abastecimento e, também, na diminuição dos custos energéticos e operacionais, o que se traduz na diminuição do custo de cada metro cúbico de água”.

A ação “está inserida no projeto Redução das perdas de água nos sistemas de Abastecimento de Água no concelho de Melgaço, atualmente com um investimento de 651.433,51 euros e uma taxa de cofinanciamento expectável de 59,59%. A empreitada, já iniciada, deverá requalificar até ao final do ano “algumas vias limítrofes do centro histórico”.

“O combate às perdas e o aumento do controlo da qualidade das águas são uma prioridade para o município de Melgaço que adquiriu equipamentos para a deteção e localização de fugas, está a instalar sistemas inteligentes e zonas de medição e controlo. Nesta primeira fase, os sistemas estão a ser instalados na freguesia da vila, para que seja possível obter medições mais precisas, por zonas, e assim identificar quais as zonas a intervir, de forma prioritária”, salienta a vereadora dos Serviços Urbanos e Ambiente, Fátima Táboas.

A criação de Zonas de Medição e Controlo (ZMC) “permite, de forma sistemática, aceder aos dados mais relevantes para uma correta monitorização da rede e implementação de telegestão, da substituição de condutas das infraestruturas mais suscetíveis de originarem perdas, bem como da impermeabilização de reservatórios”. Além de estar a requalificar “todos os depósitos de captação e reservatórios”, a vereadora dos Serviços Urbanos e Ambiente adiantou que, em 2022, a autarquia vai iniciar uma empreitada que prevê a integração de sistemas para proceder à correção do PH da água, através de filtros e/ou a injeção de reagentes”.

A autarquia de Melgaço “gere 26 zonas de abastecimento de água para consumo humano, provenientes de 55 origens próprias, abrangendo 6.556 consumidores”. “Como entidade gestora dos sistemas de abastecimento de água tem ainda sob a sua gestão uma zona de abastecimento em que a água é comprada à empresa Águas do Norte e que abrange 1.442 habitantes”, aponta a autarquia.

Segundo o município, “os sistemas de água sob gestão da autarquia são constituídos por 401 quilómetros de rede de abastecimento, 6.629 ramais domiciliários e 22 reservatórios com a capacidade máxima de 3.645 metros cúbicos”. Desde 2004, a autarquia “investiu mais de três milhões de euros” nesta área, sendo que, “atualmente, a taxa de cobertura da rede seja de 100% a nível populacional”.

Melgaço é um dos três municípios do distrito de Viana do Castelo que decidiu não integrar a empresa Águas do Alto Minho (AdAM) que gere as redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento básico da região. A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PS), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (PS), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho. Além de Melgaço (PS), as Câmaras de Ponte da Barca (PSD) e Monção (PSD) também reprovaram a constituição daquela parceria.