“Não teremos ferryboat a funcionar em Caminha durante vários meses porque não podemos atracar em A Guarda”

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O cais de atracação de A Guarda mantém-se inoperacional e assim deverá continuar durante os próximos meses, inviabilizando as viagens do ferryboat Santa Rita de Cássia entre as duas margens do Rio Minho. O presidente da Câmara de Caminha e o seu homologo de A Guarda deslocaram-se a Santiago de Compostela para reunir com a presidente dos Portos da Galicia. Do encontro não resultou uma solução previsível para um prazo curto, já que a expectativa é que só em 2023 possa ser lançado um concurso para reabilitar o cais. Miguel Alves está a avaliar as hipóteses que possam minimizar a problemática da travessia e o serviço dos trabalhadores adstritos à embarcação. 

“Os problemas no cais de atracação de A Guarda revelaram-se efetivamente graves, não havendo qualquer possibilidade de atracar o ferryboat na margem galega com o mínimo de segurança, nem seria, nestas condições, possível obter sequer autorização das autoridades marítimas e fluviais para a operação. O problema é complexo e transcende o município de A Guarda”, refere a autarquia de Caminha, dando nota de que “a empreitada para a reparação da infraestrutura, que se estima ter um custo da ordem dos 300 mil euros, é da responsabilidade dos Portos de Galicia, que está sobre alçada do Governo Regional”.

Miguel Alves e António Lomba deslocaram-se a Santiago de Compostela com o intuito de sensibilizar diretamente a responsável dos Portos de Galicia para a necessidade de encontrar uma solução rapidamente e de obter mais informação sobre a obra. “Tendo em conta o que nos foi transmitido pela senhora presidente dos Portos de Galicia, temos que equacionar várias questões relativas ao funcionamento da embarcação, ao serviço prestado pelos trabalhadores adstritos ao ferryboat e à problemática da travessia de passageiros entre as duas margens do Rio Minho”, sublinhou o presidente da Câmara de Caminha.

Nos últimos dias, Miguel Alves desenvolveu vários contactos, equacionando algumas possibilidades que permitam uma situação provisória. “Porém, durante ainda vários meses, não teremos ferryboat a funcionar por impossibilidade de podermos atracar a embarcação do lado galego”, admitiu. 

No encontro com a responsável dos portos galegos, Miguel Alves e António Lomba deram conta da preocupação de Caminha e de A Guarda relativamente ao facto do cais de atracação de A Guarda estar inoperacional há vários meses, impedindo o seu uso por parte do ferryboat e, assim, inviabilizando a travessia do Rio Minho. “Os dois autarcas abordaram a questão do prejuízo que a situação acarreta para as autarquias, em particular a de Caminha que tem de manter custos de manutenção da embarcação e de pagamento dos salários do pessoal e de contratados mas, sobretudo, o desgaste que provoca nas economias dos dois concelhos raianos”, informou a Câmara de Caminha. 

A responsável dos Portos de Galicia garantiu partilhar a apreensão dos autarcas, confirmando que está em elaboração o estudo técnico que servirá de base à execução do projeto de reabilitação do cais galego. No entanto, o procedimento para a empreitada só será lançado em 2023 de modo a que a obra possa decorrer na primavera e verão desse ano. 

De acordo com a autarquia de Caminha, Susana Lenguas Gil foi peremptória na vontade de avançar com a solução do problema, mas também se mostrou cautelosa, alertando para a complexidade dos procedimentos administrativos e para a evolução do preço das matérias-primas, em função da instabilidade da situação internacional, que poderão ainda condicionar os prazos e os custos avançados.