Sarrajão, o peixe desconhecido que o IPVC quer tornar apelativo nas cantinas escolares

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Aproveitar o sarrajão para os sectores alimentar e têxtil, dando um novo uso a uma espécie de peixe que existe em abundância na costa portuguesa, mas que não é conhecido da grande maioria das pessoas e que, por isso, está muito afastado das ementas é o fundamento do Blue Project, projeto do qual o Instituto Politécnico de Viana do Castelo faz parte e que foi no Centro de Educação Ambiental em Esposende. O Blue Project tem financiamento da EEA Grants de quase um milhão de euros.
A coordenadora do projeto no Politécnico de Viana do Castelo, a docente Rita Pinheiro, explica que o papel do IPVC se centra no sector alimentar, com o desenvolvimento, otimização e conversação do produto, assim como no estudo da sua aceitação por parte do consumidor. No Politécnico de Viana do Castelo, o projeto vai ser trabalhado pelo Grupo de Engenharia Alimentar, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão.
O sarrajão, também conhecido como atlântico bonito, tem semelhanças com o atum. É um peixe altamente rico a nível nutricional, mas, afirma Rita Pinheiro, “pouco conhecido e, por isso, pouco aproveitado em termos comerciais”.
Estudado o produto, o projeto visa a transformação do sarrajão em algo mais “apelativo”, como filetes, almôndegas ou hambúrguer, direcionado especialmente para crianças e jovens, uma vez que é intenção dos responsáveis introduzir este alimento nas cantinas escolares. “O projeto é abrangente e com preocupações ao nível da sustentabilidade, porque o que é pretendido é que o sarrajão seja transformado na sua quase totalidade. Por isso, além do IPVC, que irá atuar na componente alimentar, o Blue Project conta também com outros parceiros, como a Universidade do Minho, entidade a quem caberá, essencialmente, o setor têxtil, o Município de Esposende, que procurará incorporar o peixe nas cantinas escolares, e a empresa Guimarpeixe, promotora-geral do projeto a quem caberá colocar o produto no mercado”.