Minho enche-se de dança, acrobacias e crítica social

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É já amanhã, 18 de julho, que o Festival Vaudeville Rendez-Vous “abre as portas”, uma vez mais, a fãs e curiosos do circo contemporâneo. Entre o dia de terça-feira e sábado, 22 de julho, as cidades do Quadrilátero Cultural – Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão – dão palco a 28 récitas de 11 espetáculos programados, incluindo uma estreia absoluta, em coprodução com o Vaudeville Rendez-Vous, e quatro estreias nacionais. Ao longo de cinco dias, o Festival vai revisitar edições anteriores e reescrever apresentações passadas, numa viagem introspetiva ao longo de quase uma década de construção de um legado de circo contemporâneo a norte do país.

A nona edição arranca com a realização de quatro oficinas de formação – a decorrer entre amanhã (dia 18) e quinta-feira (dia 20) – que têm como intuito a partilha, junto de um público com maior ou menor experiência, dos princípios basilares do circo contemporâneo e disciplinas inerentes. De um workshop de dança a oficinas de malabarismo, passando pela arte do trapezismo, os interessados dispõem de uma oferta variada, proporcionada por profissionais do setor. A participação é gratuita, mas está sujeita a inscrição através de um formulário próprio.

Na quarta-feira, dia 19 de julho, a companhia francesa Le Doux Supplice inaugura as apresentações com a primeira exibição, em Portugal, do espetáculo En Attendant Le Grand Soir. Às 22h00, danças e acrobacias (contagiantes) vão, por isso, tomar conta do Largo do Pópulo, em Braga. Esta será uma das quatro estreias nacionais programadas durante o Festival, que leva, ainda, produções com origem em Espanha e na Bélgica às ruas do Minho. Runa – uma criação da companhia espanhola Cia 104, de Amer Kabbani – conduz a audiência pelo processo de reconstrução pessoal e coletiva num mundo em ruínas e tem estreia marcada para o dia 20 de julho, às 22h00, no pátio do Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães. Manã, uma produção espanhola que tem o engenho como mote, e Grasshoppers, um elogio à natureza pelos belgas Circus Katoen, também chegam a Portugal pela primeira vez.

Os habitantes – e visitantes – dos quatro municípios poderão assistir, ainda, à estreia absoluta de Solos a 180º, uma criação da companhia Radar 360º, coproduzida pelo Festival Vaudeville Rendez-Vous, que aproveita a cenografia de produções passadas para criar um campo de experiências. A Praça de Pontevedra, em Barcelos, recebe, às 19h00 do dia 20 de julho, a primeira apresentação do espetáculo. Ária, dos brasileiros Nordestinys – também com coprodução Vaudeville Rendez-Vous –, Raiz, da cooperativa Circo Caótico, e Passages, uma criação franco-brasileira, desafiam a gravidade, enquanto Carmim, de Joana Carmo Martins, e Smashed 2, dos ingleses Gandini Juggling, questionam o papel tradicional da mulher e a luta contra as expectativas sociais.

A programação completa está disponível em www.teatrodadidascalia.com. A entrada nas 28 apresentações, que decorrem ao longo de quatro dias em alguns dos principais pontos das cidades do Quadrilátero Cultural, é totalmente livre.