Manuel Januário: “As cooperativas agrícolas ou vão fechar ou associar-se”

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Manuel Januário assumiu a liderança da Cooperativa Agrícola de Vila Nova de Cerveira no passado mês de março, mas garante que as mudanças nestes poucos meses de actividade da nova Direcção são “muito evidentes”. A requalificação do edifício da cooperativa, de forma a rentabilizar melhor o espaço, bem como do estacionamento na envolvente exterior são as prioridades, numa altura em que a actual gestão já ultrapassou o volume de negócios do ano anterior. 

Nas quatro décadas de existência, a Cooperativa Agrícola de Cerveira manteve-se sempre activa, ultrapassando algumas fases menos positivas. Actualmente, tem sete colaboradores. “Economicamente estamos muito bem. Eu, como presidente da Direcção, venho aqui vários dias por semana a tempo inteiro trabalhar”, afirmou, mostrando-se agradado, também, com o aumento do número de sócios activos. “Tínhamos 60 sócios ativos e agora temos uma média de 100”, declarou. Ainda assim, Manuel Januário não perspectiva tempos prósperos para as cooperativas. “A agricultura está a decair e já pouca gente procura artigos agrícolas e, por isso, as cooperativas estão a fechar. O que vai acontecer é que as cooperativas dos meios pequenos ou vão fechar ou vão associar-se”, salientou, considerando que esta ideia “faz muito sentido”. 

“Eu só quero que me paguem o leite pelo preço real do custo que ele tem, não quero que me dêem incentivos, porque o país não pode viver de subsídios. Não é normal um litro de água custar mais do que um litro de leite e se as pessoas soubessem o trabalho que dá tirar um litro de leite e pô-lo no pacotinho… Nós temos que semear a erva, semear o milho, tomar conta das vacas, ter lá veterinários, inspeções, tirar o leite, e tudo isso dá muito trabalho”, salientou, frisando que a descida de preço nos produtos não se nota no preço que o consumidor final paga nos supermercados. “Por exemplo, no mês de outubro desceram cinco cêntimos ao preço do leite por litro e isso, para mim, é muito dinheiro ao fim do mês, mas nos supermercados não desce nada e é por isso que quem ganha são sempre os mesmos”, atirou. 

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