“O passe mensal em Lisboa ou no Porto custa tanto como uma viagem à Gavieira”

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O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez está na recta final do seu terceiro e último mandato e orgulha-se do envolvimento da população, que diz ter sido alcançado nos últimos anos, para tornar o concelho melhor para viver, trabalhar, investir e visitar. Em entrevista ao Semanário Alto Minho, João Manuel Esteves falou sobre os projectos e a estratégia que o executivo social democrata tem em marcha para este ano, destacando a forte aposta na habitação, que, entre outros programas, prevê a construção de 60 casas com renda acessível na vila, a criação de mais um pólo empresarial no concelho e a conclusão do ecoparque do Vez. Admitiu as dificuldades na expansão da rede de saneamento, garantiu que a fábrica da Coindu não vai fechar, falou sobre os equilíbrios que são necessários na atração turística e deixou várias críticas ao Governo, designadamente por seguir uma “ideologia” que impede de dar incentivos aos privados para resolver os problemas da população na saúde, nos transportes e na habitação. Sobre quem poderá ser o seu “sucessor” na Câmara, João Manuel Esteves fechou-se em copas. Com as eleições legislativas à porta, o autarca comentou ainda a lista da AD pelo distrito, convicto de que o seu partido vai vencer o PS. Sobre o concurso de transportes intermunicipal, o autarca arcuense admite que “questões administrativas” têm atrasado o processo. “O concurso que foi lançado tenta criar condições para que o que está a ser feito seja mais eficiente e a um preço aceitável. Não vamos melhorar a rede de 10 para 20, mas estamos a melhorá-la. E na implementação temos de estar atentos e próximos para que corra bem, só que ainda não conseguimos chegar a essa fase”, admitiu, indicando que, os estudos, que a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho dispõe, demonstram que os 21 milhões de euros do concurso público internacional para a concessão são suficientes para garantir o serviço. “Se me pergunta se há alguém que execute por esse valor? Vamos ver, esperamos que sim”, desejou João Manuel Esteves, considerando que a CIM Alto Minho “tem um forte impacto na vida das pessoas”. “É um espaço de concertação de projectos, de investimentos e de captação de fundos, que depois são executados no território pelas câmaras. Nessa medida, é natural que tenha pouca visibilidade porque não é um verdadeiro executor no território”, explanou, defendendo o aprofundamento e melhoria da estrutura intermunicipal enquanto espaço de concertação. “A Câmara dos Arcos paga 600 mil euros para compensar os operadores e manter a rede de transportes que tinha. E qual é a compensação que temos do Estado? Uma parte pequeníssima disso. Não pode ser! E é evidente que as pessoas têm de reclamar porque no Porto ou Lisboa andam o mês inteiro por 30 ou 40 euros e aqui vêm de táxi da Gavieira para a vila e pagam 40 euros por uma viagem”, insurgiu-se, lembrando que, num território disperso como em Arcos de Valdevez, o problema é ainda maior. 

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO DESTA SEMANA DO “ALTO MINHO”