Morreu Gualberto Boa Morte, um “poeta da imagem” ribatejano de nascença e vianense de coração

0
851

O fotógrafo Gualberto Boa Morte, cidadão de mérito de Viana do Castelo desde 2016, morreu hoje aos 81 anos no lar de idosos da Congregação da Caridade. O funeral vai realizar-se na quarta-feira, na Igreja da Ordem Terceira, às 15:00.

Gualberto Boa Morte nasceu em 29 de setembro de 1943, em Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa.

Em 2016, 40 anos depois de ter passado a residir na capital do Alto Minho, a autarquia então presidida por José Maria Costa atribuiu-lhe o título de cidadão de mérito “pelos relevantes serviços prestados à arte da fotografia”.

Antes, em 2007, era Defensor Moura presidente da câmara, foi aprovada por unanimidade a aquisição do espólio de Gualberto Boa Morte, na altura colaborador do jornal Aurora do Lima, o segundo mais antigo do país, fundado em 1855.

Foi ainda fotojornalista do Jornal de Notícias e de vários órgãos de comunicação social regional.

Em 2007, o município investiu 261 mil euros para guardar, no arquivo municipal, cerca de 150 mil negativos, retratando a etnografia e as romarias, o património monumental e paisagístico, os eventos socioculturais e políticos de mais de 30 anos.

Boa Morte, como era conhecido em Viana do Castelo, também trabalhou em Angola para a Companhia de Diamantes do país, onde reuniu um espólio de usos e costumes do povo Quioco, Luanda Norte.

No Alto Minho realiza inúmeros trabalhos fotográficos, relevando o património, as festas, romarias, usos e costumes.

É autor de vários cartazes de romarias e outros de temática turística e cultural.

Os seus trabalhos foram expostos em diversas exposições, como por exemplo, no Casino Estoril, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), Feira de Artesanato, Feira Internacional de Turismo (FITUR) e na Casa do Minho, no Rio de Janeiro, no Brasil.

“Em parceria com entidades particulares e oficiais publicou coletâneas de fotografias sobre a região, de índole temática, sendo um especialista na arte de registar fragmentos da realidade local, especialmente ligados às tradições e ao património tangível e imaterial de Viana do Castelo e do Alto Minho”, lê-se na publicação municipal publicada em 2016, aquando da atribuição da distinção de cidadão de mérito de Viana do Castelo.