“Se querem ver um jogo durinho, venham ver o Vianense-Canelas!”

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Rogério Brito e Pedro Lomba “México” conhecem-se há décadas e forjaram uma amizade que começou no relvado do SC Vianense. Nunca jogaram juntos, excepto na equipa de veteranos do clube de Viana do Castelo, mas entre eles há um alfobre de histórias em comum. Na véspera da Páscoa, ambos vão procurar gritar “Aleluia” com mais três pontos somados no embate entre SC Vianense e Canelas 2010, que marca o início da segunda volta da fase de manutenção na Liga 3. Os dois treinadores reencontraram-se em Santa Luzia, onde partilharam com o Semanário Alto Minho muitas das histórias que partilharam ao longo dos respectivos percursos e anteciparam o jogo do próximo sábado. 

Rogério e “México” vão defrontar-se mais uma vez na Liga 3. Ambos precisam de pontuar para continuar a lutar pela manutenção. Este vai ser o quarto e último embate esta época entre o SC Vianense e o Canelas 2010. “O Canelas já estava na Liga 3 e o Vianense está a chegar agora. O Vianense tem um plantel de jogadores com muito mais conforto com bola, muito mais disponíveis para jogar com bola. O Canelas é uma equipa muito mais competitiva, muito mais de duelo”, analisou o treinador do Canelas, admitindo que a experiência da sua equipa na Liga 3 fez a diferença em alguns dos jogos. Com a chegada de Rogério à liderança da equipa técnica do Vianense, “México” reconhece-lhe a “inteligência” de ter sabido adaptar-se a esta Liga e ao actual contexto em que é preciso pontuar. “Eu se pudesse também jogava como o Manchester City, mas temos de nos adaptar”, vincou o treinador do Canelas, frisando que, apesar de ser sócio do SC Vianense, vai fazer “das tripas coração” para vencer o próximo jogo. “Eu preciso de ganhar, o Rogério precisa de ganhar”, sintetizou. “E ponto final parágrafo”, completou Rogério. “Como dizia o Vítor Oliveira: nesta fase, mais vale somar do que sumir”, gracejou “México”. 

“O jogo do próximo sábado vai ser bom! Mas se querem ver beleza de futebol, têm de ir ver o Barcelona ou o City. Agora se querem ver um jogo competitivo, com respeito pelos intervenientes, mas durinho, em que os meus jogadores vão bater nos dele e os dele vão bater nos meus, é no próximo sábado em Viana”, antecipa o treinador do Canelas. “Sermos amigos não tem nada a ver com o jogo. O profissionalismo impõe-se naquele momento”, sublinhou o treinador do Vianense. “Mais ninguém do que eu ou ele quer ganhar o jogo. Quando começa o jogo, já não há símbolos, há os teus jogadores e o que trabalhaste durante a semana”, completou o treinador do Canelas, reconhecendo que Rogério tem uma qualidade que já começa a ser rara nos treinadores: “Ele fala a linguagem dos jogadores, consegue pôr-se na pele deles e unir os grupos.” Já Rogério reconhece que “México” é inteligente e tem sabido adaptar-se aos diferentes contextos competitivos. 

Rogério e “México” jogaram juntos na equipa de veteranos do SC Vianense durante cerca de quatro anos.. “A minha mulher já não me deixa jogar”, confessou “México”. “Nem a minha!”, concordou Rogério, entre risos. Questionados sobre quem era o treinador, ambos desatam a rir. “Era o doutor Afonso do Paço, advogado, foi atleta e presidente do Vianense”, contaram, assumindo que os veteranos também assumiam a tarefa de treinar. “Para mim, jogar nos veteranos deu-me a oportunidade de jogar com o Rogério, que era algo que nunca poderia acontecer sem ser nesse contexto, com o meu primo Sérgio Lomba, com o Marco Alexandre, com o Jó ou o Silva… que eram figuras míticas que eu só vi jogar nos seniores do Vianense quando era pequeno e cuja qualidade eu nunca consegui atingir”, assumiu “México”, sublinhando que a “terceira parte” era sempre a “melhor”. “Eu jogava sempre 6 e central, mas o Rogério mandava-me ir para 6 para ele ir a central para descansar”, contou “México”, provocando uma gargalhada de concordância em Rogério.