Universidade Sénior de Ponte de Lima assinala o 50.º aniversário do 25 de Abril

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O Plano Anual de Atividades da Universidade Sénior de Ponte de Lima integra um Ciclo de Palestras/Tertúlias evocativas e comemorativas do cinquentenário da Revolução de 25 de Abril, apresentado numa sequência cronológica que contextualiza e analisa o antes, o durante e o pós-revolução.

A comunidade sénior tem a particularidade de ser constituída por pessoas muito interessadas em aprender, recuperar e consolidar aprendizagens, mas também em partilhar experiências e vivências de um período que se inicia em pleno Estado Novo e se prolonga até ao presente. São protagonistas e testemunhas vivas de dois sistemas políticos antagónicos que podem diferenciar e analisar em liberdade, uma consequência dessa revolução.

Numa primeira fase, as Palestras/Tertúlias foram direcionadas para uma análise factual e reflexiva do período do Estado Novo. A primeira sessão, subordinada ao tema “Como se vivia em Portugal antes da Revolução”, possibilitou uma breve análise da situação política, económica, social e cultural do país, sobretudo no período após a 2.ª Guerra Mundial, enriquecida com a o testemunho pessoal de alguns dos intervenientes.

A segunda sessão destacou uma personagem limiana, cujo percurso político e militar, sobretudo na primeira metade do século XX, lhe conferiu um lugar incontornável na nossa história: o general Norton de Matos (1867-1955).

Esta sessão foi dinamizada pelos seus familiares, o Dr. José Norton (economista, sobrinho-neto e afilhado) e pelo Dr. Pedro Norton de Matos (economista e sobrinho-bisneto). O Dr. José Norton, autor do livro “Norton de Matos: Biografia”, apresentou uma breve síntese dessa biografia, integrando-a no tema “Fronteiras do Tempo”, tendo destacado o seu extraordinário percurso militar, político e diplomático no exercício de funções de relevo, nomeadamente de governador-geral de Angola, ministro da guerra, ministro das colónias e opositor ao regime então vigente.

O destaque maior foi dado à sua participação política na luta contra a ditadura do Estado Novo, tendo sido o candidato da oposição nas eleições presidenciais (1948-1949). Divergências internas com alguns dos principais apoiantes, conjugadas com as evidências de que as eleições não seriam democráticas, levaram-no a desistir, por não querer participar naquilo que previa ser uma farsa eleitoral. No entanto, estava aberto o caminho irreversível de oposição à ditadura que viria a culminar com a Revolução de 25 de Abril de 1974 e a institucionalização de um regime democrático.

As últimas sessões deste ciclo comemorativo irão centrar-se nos seguintes temas: “A guerra colonial, os combatentes e as madrinhas de guerra”, “A Revolução de 25 de Abril de 1974: História, Música e Poesia” e “O pós-25 de Abril: do Processo Revolucionário em Curso (PREC) à Constituição de 1976 e ao Regime Democrático atual”.