Auto Lages celebrou 40 anos com passagem de testemunho

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A Auto Lages festejou, no mesmo dia, os 40 anos de existência e os 65 anos do seu fundador, Manuel Lages. A empresa de Cardielos ligada ao ramo automóvel homenageou também os funcionários e clientes mais antigos numa festa que juntou largas dezenas de amigos e ficou também marcada pela  passagem da gerência para a filha Ana Filipa Lages.

A Auto Lages tem agora nova gerência, mas a “superior qualidade de serviços” vai continuar a ser marca da empresa junto dos clientes, garantiu Manuel Lages. “Nunca pensei chegar a este ponto, nem a este nível de qualidade e reconhecimento, até a nível internacional. Sinto-me orgulhoso”, afirmou o fundador da empresa, que conta actualmente com 17 funcionários e prima pela “excelência” do serviço. “Essa é a nossa grande aposta porque queremos que o cliente fique connosco. E é claro que contamos com os nossos parceiros para podermos negociar os melhores preços e com a melhor qualidade, sempre na expectativa de lhes dar o melhor”, disse. Quarenta anos depois, o fundador passou o testemunho à sua filha, que será a nova gerente da empresa. “O último ano foi o melhor da nossa história. Tivemos um crescimento de 20%, algo extraordinário e que se deveu à entrada da Ana Filipa. Vou reformar-me, mas a gestão vai passar a ser dela. Claro que para o crescimento da empresa esta é a melhor solução, embora nós continuemos a ter as nossas reuniões familiares para decidir as alterações”, referiu.

Depois de vários anos no mercado, Manuel Lages destacou os momentos mais difíceis da vida de empresa. “Na pandemia temi, mas as coisas correram bem. Não dispensei trabalhadores e todos receberam na data certa e sem atrasos. Mas a parte mais difícil foi na fase pós Euro 2004. Não havia tanto negócio depois de um grande investimento que fizemos na oficina, mas depois houve uma retoma e tudo voltou a compor-se”, referiu. A Auto Lages prepara-se para dar continuidade ao trabalho do fundador e aposta agora no serviço ao carro elétrico. “Estamos a criar um espaço para o veículo elétrico e para o sistema ADAS (Sistema de assistência ao motorista)”, anunciou. “Quando a remodelação do espaço da empresa estiver concluído teremos as condições para recebermos carros elétricos”, garantiu.

Para Ana Filipa, a nova gerente de 31 anos, este é um desafio que representa uma “sucessão” com quatro anos de preparação. “Entrei sem saber nada do negócio, aprendi a conhecer os vários postos de trabalho e como a oficina funcionava. E nestes quatro anos fizemos uma mudança gradual na sucessão e cheguei ao ponto indicado para assumir a empresa”, afirmou a nova responsável da Auto Lages.

Formada em arquitectura, Ana Filipa afirma que o curso é uma “grande ferramenta” para se trabalhar numa oficina. “Gosto de gerir, de liderar, de ser motor de alguma coisa. E a arquitectura deu-me uma perspectiva critica e de análise. De olhar para o desenho final e questionar se de outra forma seria melhor. No inicio foi essa a ligação directa que senti entre gestão e arquitectura, precisamente por esse pensamento critico”, revelou, apontando a novas metas na ligação entre empresa e clientes. “Vamos ter um contacto mais próximo e regular com o cliente e uma organização interna para dar resposta com mais valor acrescentado. O caminho é continuar à procura da melhoria”, afirmou Ana Filipa, anunciando que está em marcha um “projecto de arquitectura” para aumentar um espaço de trabalho que contemple uma “zona específica para carros elétricos e híbridos”. Sobre o futuro diz que quer continuar a “expandir” a empresa, tal como o pai, que vai continuar a fazer parte da equipa de trabalho. “Ele vai ter uma mudança de papel e é claro que o queremos cá”, disse entre sorrisos.  “Ele é uma grande mais valia para a empresa”, atirou.

Na cerimónia foram homenageados todos os funcionários com mais de 20 anos de casa, bem como os seis clientes mais antigos. José Freire foi um deles. Nasceu em Viana do Castelo e até andou nos mares do norte e da Gronelândia, com o seu pai, na pesca ao bacalhau, nos idos anos 80. Casou em Perre e ligou-se aos seguros até hoje, depois de uma passagem na Meadela Peças. “Foi quando vim da Alemanha, na altura da pesca do bacalhau, que comecei a vender produtos de pintura para a Auto Lages”, relembrou. “Mas eu já conhecia o Manel, que dava assistência na Auto Lima ao carro do meu avô e do meu pai. Até debaixo de uma vinha ia fazer revisões à casa dos pais do Manuel Lages. Isto há mais de 50 anos”, relembrou. “Depois, além de cliente, tornei-me amigo e vesti a camisola Auto Lages. Trouxe amigos, família que tenho no Porto, colegas de trabalho e até directores do Santa Luzia, clube a que estou ligado, para aqui virem colocar os carros”, revelou. “É uma empresa que cativa o cliente e são grandes profissionais. Sou incapaz de trocar”, afirmou José Freire, deixando uma provocação divertida: “Se o Manel me disser assim: São 500 euros de reparação, eu aceito! Confio nele porque é sério”, sentenciou, com ar sério.