“O rendimento e os níveis salariais do Cávado não são consentâneos com o que aqui é produzido”

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O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado, Ricardo Rio, afirmou hoje que a estratégia de desenvolvimento daquele território até 2030 tem na inovação o seu pilar fundamental, tendo como objetivo a coesão territorial e social.

Em Braga, durante a apresentação da Estratégia de Desenvolvimento Cávado 2030, Ricardo Rio sublinhou que o documento acompanha as “substanciais oportunidades de financiamento” que irão surgir ao longo dos próximos anos, decorrentes do final do atual quadro comunitário, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do novo quadro comunitário. “Estamos a falar de muitos milhões de euros”, referiu.

Na sessão, interveio também o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, que destacou as potencialidades do Cávado, sublinhando que se trata de uma região que nos últimos anos registou um crescimento médio de 3,7%, quando a média da região norte é de 2,7%.

Para António Cunha, o desafio da região é, agora, o da geração de valor. “O rendimento e os níveis salariais não são consentâneos com o que aqui é produzido. Não temos sido capazes de valorizar o que aqui é produzido. Este é um desafio que tem de ser vencido”, referiu.

“Esta Estratégia de Desenvolvimento tem um pilar fundamental ligado à inovação, à capacidade de sermos um território diferenciador com base no conhecimento que aqui é gerado, ligado à coesão territorial e à coesão social, e com forte aposta na capacitação da administração, enquanto instrumento de resposta para cada uma das prioridades”, referiu Ricardo Rio, também presidente da Câmara de Braga.

Vincou que a construção desta estratégia resultou de um “processo aberto” que deu voz a dezenas de instituições e aos próprios cidadãos, através de consulta pública que decorreu entre 15 e 30 de maio.

O documento reúne as linhas de atuação para os próximos anos, enquadrada no contexto da preparação do próximo período de programação dos Fundos Europeus Estruturais de Investimento (2021/2027).

“A CIM Cávado representa um território muito rico e, simultaneamente, muito diversificado. É um território que tem um enormíssimo potencial, com recursos endógenos que importa valorizar e que tem várias oportunidades de desenvolvimento que resultam da capacidade dos agentes que aqui têm desenvolvido o seu trabalho”, disse ainda Ricardo Rio, destacando os centros de conhecimento, como as universidades e os politécnicos, o “diversificado” tecido empresarial com uma vocação predominantemente exportadora, assim como a componente do turismo e da dinâmica social, cultural e comercial de toda a região.

Destacando ainda a aposta na cultura, Rio disse que a candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura em 2027 “poderá ser uma poderosa alavanca para o desenvolvimento integral de toda esta região”.