“O envelhecimento das nossas aldeias também contribui para o flagelo dos incêndios”

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O novo presidente da Proteção Civil de Viana do Castelo defendeu que “cada vez mais o trabalho coletivo” é a melhor resposta para combater os fogos florestais “face aos desafios das alterações climáticas e do recuo demográfico”. “O futuro será cada vez mais difícil e, portanto, aumentarão as exigências das intervenções. Neste contexto, a proteção civil é cada vez mais um trabalho coletivo, onde o espírito de cooperação será fundamental para atingirmos os objetivos com eficácia”, afirmou Vítor Paulo Pereira, numa nota enviada às redações.

O presidente da Câmara de Paredes de Coura é o novo responsável pela Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo, após a nomeação do ex-autarca de Caminha, Miguel Alves, para cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro. A CIM do Alto Minho indicou ainda que integram a mesma comissão os presidentes das câmaras municipais de Monção, António Barbosa, e de Ponte da Barca, Augusto Marinho.

O Comandante Operacional Distrital (CODIS) de Viana do Castelo, Marco Domingues, referiu que os dados provisórios do Sistema de Gestão da Fogos Florestais indicam que, até terça-feira, deflagraram este ano 776 incêndios florestais, que consumiram 5.388 hectares.

Para Vítor Paulo Pereira, o “tempo complexo e dominado por elevada incerteza” que o mundo atravessa, “onde as consequências das alterações climáticas, além de interferirem com o quotidiano, são potenciadoras de elevados riscos, são verdadeiros desafios para todas as estruturas de proteção civil”. “As alterações climáticas não servem para explicar totalmente a severidade dos grandes incêndios. O recuo demográfico, o envelhecimento das gentes das nossas aldeias e a falta de gestão dos espaços florestais explicam também este flagelo”, reforçou Vítor Paulo Pereira.

O novo responsável defendeu que, “com humildade e empenho”, a estrutura procurará “trabalhar com proximidade e espírito de colaboração com todos os agentes de proteção civil”. “Através da cooperação e da coordenação das várias unidades distritais de proteção civil poderemos ultrapassar algumas das nossas fragilidades e prestar um melhor serviço às populações. Conto com todos, e esperamos aprender muito”, sublinhou.

Vítor Paulo Pereira destacou ainda que “num contexto de várias preocupações, os fogos florestais, pelas razões conhecidas, são a maior ameaça à segurança das populações do Alto Minho”. “Todos os anos, os incêndios florestais aumentam de intensidade, atingem maior gravidade e estendem-se a meses inesperados. São o maior desafio que se coloca à proteção civil distrital e que exigem a melhor articulação entre todas as entidades envolvidas para minimizar os impactes sobre a floresta, ambiente e sociedade”, alertou.