“Tempos Cruzados” e grátis em  Caminha

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O Festival Tempos Cruzados está a chegar ao concelho de Caminha, com vários espetáculos e múltiplos géneros artísticos. O Valadares, Teatro Municipal de Caminha e o Cineteatro dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora são os palcos principais, mas poderá haver ainda uma surpresa e um terceiro espaço, mais improvável. O festival, multidisciplinar, começa a 5 de novembro, com cinema vocacionado para os mais pequenos, mas conta com uma grande abrangência de áreas artísticas, pensadas para os mais variados gostos. Todos os espetáculos são gratuitos.

São dois meses de espetáculos, numa iniciativa organizada em parceria por várias entidades: a Direcção-Geral do Património Cultural, o Museu Nacional Soares dos Reis e os Municípios de Caminha, Chaves e Vila Nova de Gaia. Oito espetáculos já têm data marcada, quatro em cada uma das salas, e um nono, agendado para 26 de novembro, uma Performance Artística de João Fiadeiro, deverá acontecer num terceiro espaço. 

A organização assume com a realização deste festival, objetivos muito concretos: “desenvolver um projeto turístico cultural em rede, com uma narrativa comum e agregadora, que incentive os fluxos e as ligações entre diversos lugares com interesse patrimonial; oferecer uma programação descentralizada, que desenvolva novas dinâmicas ao nível do turismo cultural, fomentando os movimentos de visitantes e espectadores por entre diferentes territórios na região Noroeste do país; constituir uma base para a criação de uma estrutura em rede de produção cultural e artística que assegurará a continuidade e a consolidação do projeto nos próximos anos, permitindo a adesão de novos parceiros”.

Em Caminha, como nos demais concelhos, os locais foram criteriosamente avaliados, já que a intenção era optar por espaços “com relevante valor patrimonial, arquitetónico e simbólico”. Além disso, considera a organização, “ao privilegiar espaços interiores e espaços públicos agregadores e com notório significado histórico pretende-se promover uma relação renovada, abrangente e espontânea com os temas e os lugares do património, potenciando deste modo um cruzamento profícuo entre vários tempos históricos e estéticos”.

Há cinema, teatro, música, dança, artes circenses e instalações artísticas, numa autêntica festa da cultura que vai marcar o outono da melhor forma.  

Os mais novos são o primeiro público-alvo. “Lightyear” é o filme de animação que será apresentado dia 5 de novembro, em duas sessões. O filme da Disney e da Pixar é uma longa-metragem original, que combina aventura e ficção científica. 

No dia seguinte, 6 de novembro, são ainda os mais novos a faixa privilegiada e poderão conhecer “Os sonhos do Tom”, num espetáculo infantil inspirado na obra de Mark Twain.

Sendo a multidisciplinariedade a grande marca deste festival, os géneros representados na programação permitem uma visão alargada e atualizada das práticas artísticas e culturais, permitindo corresponder a diferentes tipos de público, como sublinha a organização.  

No dia 12 de novembro é a vez da música, com o concerto Frankie Chavez e Peixe (Miramar). O projeto Miramar, dos guitarristas Frankie Chavez e Peixe, está de regresso com o seu segundo longa-duração, Miramar II é descrito como “um conjunto de temas – mais luminosos, aventureiros e esvoaçantes – que tanto nos remete para ecos da melhor música popular portuguesa do século passado, como nos faz viajar, on the road, pelas desérticas paisagens do Texas”.

Ainda em novembro, a 19, a dança entra em cena com Inner Calling – espetáculo de dança contemporânea pela Intranzit Cia. 

O Festival Tempos Cruzados fecha o cartaz deste mês de novembro a 26, agora com uma Performance Artística de João Fiadeiro, em local a designar.

A programação do festival recomeça em dezembro, no dia 10, com música, pela voz de Tatanka, que se tornou conhecido como o vocalista de uma das mais bem-sucedidas bandas portuguesas da atualidade – The Black Mamba.

A carreira a solo, a partir de 2016, trouxe num registo mais pessoal e “de regresso às suas raízes”. “Em 2021, participa no Festival da Canção como compositor convidado, com o tema “Love Is On My Side”, interpretado pelos seus The Black Mamba, com o qual venceram o Festival e ganhando assim o acesso à Eurovisão. Em 2022, Tatanka integra a equipa de jurados do programa Ídolos e é ainda distinguido com a sua banda “The Black Mamba” com o prémio melhor grupo nos Prémios Play, que distinguem o que de melhor se faz em Portugal”, recorda a organização e Tempos Cruzados.

A dança/performance regressa a 16 com o Baile dos Candeeiros. A sinopse remete para a época da ditadura, em Portugal, quando organizar convívios e encontros era um ato suspeito e perigoso, por isso, tudo devia ser feito de uma forma subtil e camuflada. Originalmente criado na Foz do Douro, no Porto, o Baile dos Cinco Candeeiros original seguia esta dinâmica.

O Festival Tempos Cruzados termina com música e com Gisela João em concerto intimista. “Com uma voz e um timbre absolutamente singulares, Gisela João é uma figura central e uma das mais importantes intérpretes da história da música portuguesa. Na primavera de 2021, editou o seu terceiro álbum “AuRora”, o seu registo mais pessoal e intimista, onde pela primeira vez revelou os seus dotes de letrista e compositora. Com quatro remisturas de temas de “AuRora”, Gisela João continua a declarar o seu amor às pistas de dança, uma paixão antiga e diversas vezes mencionada em entrevistas, em que assume ter crescido entre as festas de música eletrónica e o fado tradicional”.