Caminha quer mesmo “Cultura para todos”

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O Museu Municipal de Caminha acolheu a sessão de apresentação da publicação e documentário “Atelier (A)Diabático”, resultante do projeto Atelier (A)Diabático, de Alexandre A. R. Costa com uma imensa Minoria Comunitária, inserido na Candidatura “Cultura para Todos”. Na ocasião, o presidente da Câmara, Rui Lages, sublinhou a importância do “Atelier (A)Diabático”, considerando-o um capítulo de sucesso do projeto “Cultura para Todos”.

Para o presidente da Câmara, conforme escreve no texto incluído nesta publicação, “demasiadas vezes fala-se em Cultura como sendo algo próprio de elites. Fala-se mesmo, porventura de forma muito equívoca, de cultura erudita e de cultura popular. Acredito, acreditamos enquanto Município num todo, que a Cultura, e as Artes em particular, são espaços de partilha, fazem parte do universo democrático, são direitos essenciais como quaisquer outros” e esta interpretação do universo cultural foi posta em prática com este projeto.  

Rui Lages faz ainda um historial da realidade que tornou possível o Atelier (A)Diabático e outras iniciativas que o município protagonizou: “atingidos por uma pandemia (que também ela foi, infelizmente neste caso, universal), das muitas consequências que lhe estão associadas, algumas ultrapassaram o negativo, o mau, a morte, a doença. Do isolamento forçado nasceu a vontade de ciar, de potenciar a vida, de compensar, de alguma forma, pessoas, comunidades, que foram ainda mais castigadas durante os períodos de confinamento. Surgiu o desejo de juntar novamente as pessoas, de as envolver em projetos comuns, de as motivar para a vida, de criar laços. E…. a Cultura foi esse denominador comum”. 

Refere ainda o presidente que foi assim que nasceu o projeto “Cultura para Todos”, “que o Município agarrou com enorme entusiasmo. Foi, para nós, a possibilidade de transformar em prática, um sonho que já vínhamos acalentando e foi aqui que encontramos os recursos. Foi possível ir às freguesias rurais e menos urbanas, desafiar a nossa população. Na verdade, fomos a todas as freguesias do concelho de Caminha, envolvemos a comunidade local, os párocos, as instituições”.     

O “Atelier (A)Diabático”, lembra ainda o responsável, é um capítulo de sucesso do projeto “Cultura para Todos”. Parte deste sucesso foi tornado público com a magnífica exposição de artes plásticas: Atelier (A)Diabático Alexandre A. R. Costa com uma imensa minoria comunitária. Este livro será outra testemunha deste excelente período, trabalhado por um grupo improvável de pessoas, pessoas “comuns” e os ditos artistas que se associaram ao projeto, gente generosa que partilhou técnicas, saber, experiências, e que certamente também sai daqui enriquecida. 

“Havemos, no futuro, de revisitar o “Atelier (A)Diabático” e de continuar a desfrutar do que fomos capazes de construir, sobretudo da parte imaterial, o que fica em cada um dos participantes, para além do que é possível ver. O que encerra a extraordinária metáfora termodinâmica que nos fala de um processo diabático, aquele em que há transferência de calor, que o mesmo é dizer de energia, de resiliência e, porque não, de felicidade”, sublinha ainda o presidente da Câmara Municipal de Caminha.